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Mundo Conheça os motivos que podem ter levado Donald Trump a pedir o adiamento das eleições presidenciais de novembro

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Trump sugeriu que o atual sistema de votação poderia levar a fraudes e resultados deturpados. (Foto: Shealah Craighead/White House)

Minutos depois de os Estados Unidos anunciarem o pior resultado de seu Produto Interno Bruto (PIB) na história, com uma queda de 32,9% em termos anuais, o presidente Donald Trump foi ao Twitter. Sua mensagem, no entanto, não era sobre o tombo da economia. Em vez disso, ele questionou se a eleição presidencial, que acontece em menos de 100 dias, deveria ser adiada.

“Com a votação universal por correio, 2020 será a eleição mais imprecisa e fraudulenta da história. Será um grande constrangimento para os Estados Unidos. Adiar a eleição até que as pessoas possam votar de maneira adequada, segura e protegida???”, postou o presidente.

É a primeira vez que o republicano, que concorre à eleição, menciona a possibilidade. A sugestão vem no momento em que seu rival, o democrata Joe Biden, abre vantagem de dois dígitos sobre ele nas pesquisas nacionais. Biden também surge à frente em Estados-chave na disputa marcada para o dia 3 de novembro — e nos quais Trump venceu em 2016 — como Flórida e Michigan. Na mesma semana, os Estados Unidos cruzaram a histórica marca de 150 mil mortos na pandemia de coronavírus.

Economia

O resultado da economia é especialmente dramático porque comprova a falha no cálculo político do presidente, afirmam os analistas políticos. Até fevereiro de 2020, os americanos completavam o décimo ano seguido de crescimento econômico e viviam uma condição de pleno emprego. A pandemia de coronavírus demoliu esse cenário — e também o discurso da estabilidade e progresso que Trump se preparava para empunhar nas eleições.

Diante da recessão e do caos na saúde pública, sobrou para Trump a tentativa de se colocar como o presidente que retomou a economia após o choque pandêmico. Foi por isso que, a partir de maio, ele passou a pressionar os governadores para afrouxar medidas de isolamento e aquecer os mercados.

A redução no distanciamento social, no entanto, é apontada pelos especialistas como a responsável pela inflexão da curva de contaminação americana, que chegou a embicar para baixo até meados de junho, mas não sustentou a tendência. Pelo menos 40 dos 50 Estados americanos já registram nova alta dos casos, que é mais severa do que o primeiro pico: há 3 semanas, os Estados Unidos têm mais de 50 mil novos diagnósticos de covid-19 por dia.

“A economia não vai melhorar e a pandemia não vai desaparecer. Sobrou para Trump fazer o que ele faz sempre: provocar e criar distrações em relação a notícias que são muito ruins para ele”, afirma o cientista político Michael Traugott, especialista em eleições da Universidade de Michigan.

Na última semana, diante dos indicativos de que seu plano naufragava, Trump mudou de postura em relação à pandemia — passou a qualificar como ato de “patriotismo” o uso de máscaras, que até então ele rechaçara. Também centrou foco na segurança urbana, cujos números têm piorado nas metrópoles ao redor do país, e optou por enviar tropas federais a cidades onde ainda há protestos contra o racismo, como Portland e Seattle, colocando-se como o fiador da Lei e da Ordem

Por fim, aqueceu a temperatura da crise geopolítica ao acusar os chineses de tentar hackear a fórmula de vacina contra covid-19 e ordenar que Pequim fechasse seu consulado em Houston, no Texas — ao que os chineses reagiram na mesma proporção, exigindo o fechamento da representação americana em Chengdu.

Os cientistas políticos, no entanto, são céticos sobre o potencial desse novo discurso para reverter a aparente situação de desvantagem de Trump na disputa eleitoral.

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