Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 24 de julho de 2023
A “névoa cerebral”, um dos sintomas associados à covid longa é comparável a envelhecer 10 anos. A conclusão é de um estudo feito por pesquisadores da King’s College London. A pesquisa, publicada recentemente na revista científica The Lancet, também descobriu que os sintomas em indivíduos afetados se estenderam por quase dois anos após a infecção inicial.
A covid longa é uma síndrome complexa, que inclui uma grande gama de sintomas e pode afetar até 30% dos pacientes que foram infectados pelo novo coronavírus. Em muitas pessoas, a condição causa sintomas debilitantes de longo prazo, como fadiga, confusão mental, falta de ar, insônia e uma ampla gama de problemas cardiovasculares, que não são exclusivos de uma condição.
Até hoje, pesquisadores ainda buscam entender completamente essa condição. No novo estudo, os pesquisadores investigaram o impacto da covid na memória e descobriram que o comprometimento cognitivo é maior em indivíduos com teste positivo e com mais de três meses de sintomas.
O novo estudo incluiu mais de 5.100 participantes do Covid Symptom Study Biobank, recrutados por meio de um aplicativo para smartphone. Por meio de 12 testes cognitivos que medem velocidade e precisão, os pesquisadores examinaram memória de trabalho, atenção, raciocínio e controles motores entre dois períodos de 2021 e 2022.
Na primeira análise, realizada com 3.335 participantes durante julho e agosto de 2021, os pesquisadores encontraram pontuações cognitivas mais baixas em indivíduos com infecções positivas por Covid-19, com os maiores déficits observados naqueles com mais de 12 semanas de sintomas.
Segundo a equipe, os déficits eram comparáveis ao efeito de “um aumento na idade de aproximadamente 10 anos ou exibição de sintomas leves ou moderados de sofrimento psicológico”.
Os pesquisadores não encontraram pontuações de melhora significativa na segunda rodada, como 1.786 participantes em abril e junho de 2022, nove meses após a primeira. Também não houve comprometimento cognitivo em indivíduos que relataram recuperação total do coronavírus, mesmo entre aqueles que apresentaram sintomas por mais de três meses, o que o principal autor do estudo, Nathan Cheetham, descreveu como “boas notícias”.
“Este estudo mostra a necessidade de monitorar as pessoas cuja função cerebral é mais afetada pela covid para ver como seus sintomas cognitivos continuam a se desenvolver e fornecer suporte para a recuperação”, disse Cheetham à PA News.