Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de julho de 2021
"Não existem ilegalidades, não existem irregularidades", declarou Emanuela Medrades à CPI
Foto: Pedro França/Agência SenadoA diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, negou em depoimento à CPI da Covid, nesta quarta-feira (14), que a empresa tenha ofertado doses da vacina Covaxin ao Ministério da Saúde por US$ 10 a dose, em novembro de 2020.
Emanuela foi questionada pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), sobre a escalada de preços da vacina indiana ao longo da negociação. Documento enviado pelo ministério à CPI mostra que, em reunião no dia 20 de novembro, a Covaxin foi oferecida por US$ 10 a dose.
A diretora negou, diversas vezes, que essa proposta tenha sido feita. “Não houve nenhuma oferta por U$$ 10 a dose”, afirmou. No contrato assinado em fevereiro e intermediado pela Precisa, o Ministério da Saúde concordou em pagar US$ 15 por dose da Covaxin. As doses nunca foram entregues, nada foi pago, e o contrato foi suspenso em junho após denúncias de irregularidades nessa contratação.
“Essa memória de reunião foi unilateral, confeccionada pelo Ministério da Saúde, e que nós, parte da reunião, não tivemos oportunidade de ler, assinar ou validar o que estava escrito. Posso garantir que não houve nenhuma oferta de US$ 10 por dose e nós, o tempo todo, tentamos que esse produto fosse mais barato para o Brasil”, declarou Emanuela.
“A memória de reunião é mentirosa?”, questionou Calheiros. “Sim, senador, é mentirosa”, afirmou Emanuela. Em respostas posteriores, ela passou a chamar a memória da reunião de “equivocada”.
A Covaxin foi o imunizante mais caro negociado pelo governo até agora. A Precisa é a representante do laboratório indiano Bharat Biotech no Brasil.
Segundo Emanuela, não houve outra proposta além da enviada para o Ministério da Saúde para a venda por US$ 15. “Existia a expectativa de que o valor da vacina chegasse a US$ 10. Não sei por que colocaram que custava US$ 10, porque não foi ofertado este valor. Nem a Precisa nem a Bharat”, disse a diretora.
“A política de precificação é da Bharat Biotech, a Precisa não atua na precificação. O que nós tentamos foi o tempo todo tentar reduzir esse custo. Tenho registros por e-mail, nós temos reunião”, afirmou.
“Não existem ilegalidades, não existem irregularidades”, enfatizou a diretora. “Faço questão de falar tudo”, acrescentou.