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Política CPI do INSS: Planalto muda estratégia após revés e mira convocação de Bolsonaro

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Auxiliares de Lula afirmam que, a partir de agora, o governo precisa ter uma tropa de choque atenta a um novo bote da oposição.

Foto: ABr
Auxiliares de Lula afirmam que, a partir de agora, o governo precisa ter uma tropa de choque atenta a um novo bote da oposição. (Foto: ABr)

A derrota sofrida na instalação da CPI do INSS preocupou o governo, que organiza uma reação na tentativa de evitar que o colegiado vire palco da oposição e amplie os desgastes.

O Palácio do Planalto definiu uma tropa de choque na comissão, vai insistir em uma linha do tempo que busca associar as fraudes não ao governo Lula, mas à gestão de Jair Bolsonaro, e vai redobrar a atenção com os requerimentos para impedir, por exemplo, que um dos irmãos do presidente vire alvo.

Ao perder a presidência e a relatoria, em uma reviravolta que provocou troca de acusações na própria base, o Planalto fez uma série de reuniões e reformulou a estratégia.

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) vai coordenar a atuação de parlamentares governistas. Ele tem conversado com a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e, na quarta-feira à noite, foi chamado para um encontro com Lula no Palácio da Alvorada.

Um dos pontos mais sensíveis será a atenção com as convocações. O governo afirma que, dos 32 integrantes da comissão, conta com 16 ou 17, o que garante no máximo uma maioria estreita e deixa o Planalto sob risco de novo revés.

O governo vai agir para evitar a exposição de Frei Chico, irmão do presidente Lula. Parlamentares bolsonaristas pressionam pela convocação dele, que tem ligação com o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), citado em relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre possíveis fraudes. Frei Chico não é investigado, e o sindicato nega irregularidades.

“A oposição quer convocar o Frei Chico só por mera agitação e com a intenção de prejudicar o presidente Lula”, afirma o deputado federal Rogério Côrrea (PT-MG), suplente da comissão.

No Planalto, auxiliares do presidente afirmam que, a partir de agora, o governo precisa ter uma tropa de choque atenta a um novo bote da oposição. Na quarta-feira, o colegiado elegeu opositores de Lula para a presidência e a relatoria da comissão, os dois postos mais importantes.

O senador Carlos Viana (Podemos-MG) derrotou o senador Omar Aziz (PSD-AM), que era considerado favorito e contava com o apoio de Lula e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). A relatoria será do deputado Alfredo Gaspar (União-AL), o que também foi uma derrota para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que defendia a escolha do deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO). O governo tenta agora ao menos ficar com a vice-presidência.

Dentro desse novo plano, o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, é um dos nomes que vêm sendo defendidos por governistas para comparecer à comissão. A ideia é que ele vá ao colegiado fazer a defesa da reação do governo desde que o escândalo veio à tona: interrupção dos pagamentos fraudulentos, mudanças no sistema do INSS para evitar novas fraudes e o pagamento de R$ 1 bilhão a 1,6 milhão de aposentados e pensionistas que tiveram descontos indevidos.

Por outro lado, a base planeja propor a convocação de ex-integrantes do governo Bolsonaro, como José Carlos Oliveira — que presidiu o INSS entre 2021 e 2022 — e Onyx Lorenzoni, ex-ministro do Trabalho e Previdência, além do senador Rogério Marinho (PL-RN), que foi secretário de Previdência de 2019 a 2020. Petistas também já apresentaram requerimento para ouvir o ex-presidente, com a justificativa de que ele foi alertado, ainda na transição de seu governo, sobre a fraude do INSS.

Coordenador da frente governista, Pimenta argumenta que a investigação deve priorizar a ordem cronológica da fraude. Para o parlamentar, uma das estratégias é adotar a linha do tempo do esquema, mostrando quando começou, em que momento “ganhou escala industrial” e como chegou à gestão petista, com o mote de que Lula acabou com o esquema.

Outra hipótese em avaliação é trocar alguns suplentes indicados pelos partidos por parlamentares mais fiéis ao governo e que não se ausentem das sessões das comissões. Parlamentares do MDB faltaram à sessão de instalação da CPI, ao mesmo tempo que líderes criticaram a falta de contato do Planalto para mobilizá-los. Reservadamente, parlamentares da base avaliam que o governo deixou a criação da comissão “correr solta” e subestimou a articulação da oposição.

 

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