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Economia Cresce chance de alta da taxa básica de juros às vésperas da eleição

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Corte no juro fica um pouco mais longe. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Com novas pressões salariais no radar em um cenário de estimativas já ao redor do teto da meta de inflação em 2023 (4,75%), economistas avaliam que não é desprezível o risco de o Banco Central (BC) ter de avançar com o ciclo de aperto monetário até setembro, no auge da campanha eleitoral.

O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nos dias 20 e 21 de setembro, enquanto o primeiro turno da eleição é dia 2 de outubro.

Neste ano, porém, há uma novidade: a autonomia formal do BC. Conquistada no ano passado, com o argumento também de se desvencilhar dos ciclos políticos, essa independência, na avaliação de especialistas, blinda mais o BC de pressões populistas e dá mais espaço para continuar, se for preciso, a alta de juros mesmo com a eleição.

O Copom já sinalizou nova alta da Selic em agosto, para 13,5% ou 13,75%. Também indicou que pretende deixar os juros mais contracionistas por mais tempo, terminando 2023 provavelmente acima de 10%, para alcançar uma inflação “ao redor” do centro da meta do ano que vem (3,25%).

Para o economista João Fernandes, sócio da Quantitas Asset, essa estratégia parece arriscada, especialmente pensando no cenário de inflação de serviços. Hoje, o economista espera 5,5% para o IPCA em 2023.

“Não tem como descartar que as expectativas comecem a subir para além dos 5%. Nesse sentido, a alternativa seria aumentar mais uma vez o juro, para 14,25%, por exemplo”, diz Fernandes.

Da mesma forma, o chefe do Centro de Estudos Monetários da FGV, José Julio Sena, diz que ainda é difícil precisar o fim do ciclo de alta de juros, mas que a diretoria atual não demonstra que deixaria de elevar os juros por causa da eleição. “Claro que a autonomia formal reforça a minha convicção. O ponto é: se o BC sentir que precisa fazer mais aumento, acho que acabará fazendo. No momento, ninguém sabe se será ou não necessário.”

Fora da meta

O Relatório de Inflação, publicado recentemente, apontou que o teto da inflação vai ser ultrapassado em 2022 pelo segundo ano consecutivo. De acordo com o Banco Central, a chance do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) superar a meta atingiu 100%.

A meta inflacionária é determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para este ano, a expectativa era de 3,5%, com margem de erro de 1,5%. Ou seja, a inflação poderia ficar entre 2% e 5%. No entanto, o relatório estima que o IPCA deve atingir 8,8%.

Para o próximo ano, o CMN projeta uma inflação de 3,5%. O BC espera que o IPCA atinja 4% e 2,7% em 2024.

Em casos em que a meta da inflação é ultrapassada, o Banco Central é obrigado a redigir uma carta com os motivos. A última vez que isso aconteceu foi no início deste ano, quando o IPCA atingiu 10,06%, o maior percentual desde 2015. Na carta, Roberto Campos Neto, presidente do BC, usou como justificativas a falta de insumos com a pandemia de covid, a alta das commodities e a crise hídrica.

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