Quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de fevereiro de 2016
A inflação próxima de 10%, os juros altos e o aumento do desemprego estão empurrando os consumidores para a inadimplência. Em setembro, o índice de calotes subiu 5,45% em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo o maior nível desde janeiro de 2013 – quando a taxa ficou em 5,62% –, segundo divulgaram ontem o SPC Brasil e a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas. Pelas estimativas das entidades, que levaram em consideração nomes registrados em cadastros de devedores de todo o País, 57 milhões de pessoas estavam sem condições de pagar as dívidas em dia no mês passado, o equivalente a 38,9% da população adulta do País.
A inadimplência atinge principalmente as contas de água e de luz. Em setembro, o número de dívidas em atraso subiu 12,55%, 6,22 pontos percentuais acima da média geral. No Centro-Oeste, os débitos não pagos nesse segmento cresceram 22,39%, o maior aumento entre as cinco regiões do País. Em 12 meses, as tarifa de energia elétrica ficaram 52,79% mais caras, enquanto as taxas de água e esgoto avançaram 14,36%, de acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
A queda da atividade econômica está destruindo a capacidade das famílias de honrar os compromissos e levando o calote a um patamar próximo ao do fim de 2012. Mas, diferentemente daquele período, em que as altas taxas de inadimplência decorriam do alto endividamento das famílias, o momento atual está sendo agravado pela deterioração do mercado de trabalho e pelo aumento do desemprego.