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Saúde Crianças na quarentena: confira dicas de brincadeiras e como evitar o excesso de telas

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Dependendo do estágio de desenvolvimento, as necessidades e formas de se comunicar com a criança são diferentes

Foto: Pixabay
PGE destacou a "essencialidade do ensino presencial para as crianças que se encontram nos níveis iniciais de ensino". (Foto: Pixabay)

A pandemia da Covid-19 não é um desafio só para os adultos. Também é preciso entender como lidar com as crianças na quarentena. É normal elas estarem mais agressivas, agitadas, com transtornos de sono, alteração alimentar em tempos de isolamento social. Além disso, ficar 24 horas em casa pode trazer mais ansiedade para os filhos

Acostumadas a ir para a escola, brincar com os amiguinhos e fazer as atividades escolares, agora elas se veem “trancadas”, só com aulas virtuais, brincadeiras em casa e, às vezes, muita energia e pouco espaço.

O isolamento social modificou completamente a rotina de todos. “Estamos passando por um momento inusitado e cada um deve lidar com a pandemia a partir dos recursos que têm. Talvez os pais não vissem os filhos tão angustiados antes. Agora, o contato é 24 horas. É importante dizer para a criança o que está acontecendo, mas sempre com filtro. Ela tem condições de entender”, alerta a psicóloga e psicanalista Laura Carrasqueira Bechara.

Mas os pais também precisam entender que estão falando com crianças. “Eles não devem exigir demais dos filhos. Eles têm curiosidade e necessidade de criança. Eles querem brincar, podem ter medo, podem ficar assustados, podem se sentir ameaçados”, completa Fernanda Luposeli Marcondes, psicóloga e psicanalista.

A importância das brincadeiras

Dependendo do estágio de desenvolvimento, as necessidades e formas de se comunicar com a criança são diferentes. Para as crianças pequenas, que frequentavam berçários e escolinhas, o isolamento não afetou tanto o dia a dia.

“Para elas, estar em casa com os pais é o melhor. O grande problema está no estresse dentro de casa. Se os pais estão estressados, eles acabam levando para as crianças”, explica a pediatra e psicanalista Marisol Montero Sendin.

Crianças de 2,5 a 5 anos precisam de acesso às brincadeiras lúdicas. Nessa fase elas estão desenvolvendo a parte simbólica. “Elas estão na fase de imitar os adultos. Tarefas domésticas transformadas em lúdico podem ser importantes para essa faixa etária.”

A partir dos seis anos, as crianças já estão sendo alfabetizadas e têm mais responsabilidades na escola. É importante acompanhar o dia a dia do filho e incentivar o estudo, mesmo que virtual. A falta do contato ao vivo com amigos e professores pode influenciar no desempenho escolar. A sugestão da pediatra é apostar em brincadeiras que gastem energia.

Dicas para os pais nessa quarentena

É importante manter a rotina das crianças. Ter horário para tomar café, almoçar, jantar, brincar. Lembrar que é importante manter a higiene pessoal. Não é só porque a criança está em casa, que ela não vai tomar banho, por exemplo. Os pais precisam explicar que são necessidades essenciais. “A escola é a principal referência de rotina. Se as crianças não estão indo, elas precisam ter uma organização em casa, mesmo que adaptada, com hora para a aula, hora do sono, hora do recreio. Cada família deve se organizar como pode”, diz Laura.

Invista em brincadeiras criativas, em que a criança seja a protagonista. Vale comprar papel, canetinha, massinha, tinta. As telas não são inimigas, mas é preciso usar com consciência. Estipule um horário fixo para que a criança brinque no tablet, veja televisão. “O problema não é ver TV, mas é bom estar ao lado para conversar e interagir, entender o que a criança está interpretando daquilo”, fala Laura.

Jogos de tabuleiro promovem bons momentos em família. Se a criança demonstrar curiosidade sobre um assunto, invista na pesquisa e use a tela de forma positiva. “Estimule pelo lado bom, procure coisas úteis. Se a criança tiver curiosidade sobre um país, por exemplo, use a internet para pesquisar o assunto”, orienta Fernanda.

Estimule a escrita e leitura. As crianças podem escrever cartas para os avós, amiguinhos, primos. “Todo aprendizado que a criança tiver esse ano não será perdido. Escrever à mão promove desenvolvimento cerebral, independente do que você está escrevendo”, diz Marisol.

A criança gosta de algum personagem? Que tal tentar criar uma fantasia? É hora de botar a mão na massa. Inclua os pequenos também nas rotinas da casa: arrumar a cama, ajudar no almoço, preparar a mesa.

Crie momentos com seus filhos. Mesmo com o isolamento social, com o trabalho dobrado em casa, esses momentos são importantes para o desenvolvimento. “Os pais estão tendo oportunidade de aprender quem são os filhos. Estão se conectando de novo com as crianças. Tem mãe que diz que não conhecia o filho, porque só trabalhava”, comenta Fernanda.

Tente criar um horário fixo para o evento em família. Pode ser 30 minutos, uma vez por semana, o importante é ter esse tempo junto. “Nessa hora, a rigidez da educação pode ficar de lado. A criança fica mais solta e daí teremos uma troca lúdica entre pais e filhos. Além disso, essa expectativa faz com que a criança tenha um resto do dia mais motivado”, orienta Marisol.

Se tiver espaço, aposte em brincadeiras com movimento: pega-pega, esconde-esconde. Pode pular? Amarelinha. E uma gincana pela casa procurando objetos? Tudo isso faz a criançada gastar energia. Converse com outros pais e tente marcar encontros virtuais das crianças com os amigos, fora do horário de aula.

Aposte na criatividade das crianças. Às vezes, a brincadeira não precisa ser mirabolante, como brincar de pentear o cabelo, por exemplo. “O mais importante não é a brincadeira em si, mas estar presente, ter esse tempo com seu filho”, completa Marisol.

A casa tem que proporcionar um pouco de tudo. É nela que a criança está passando o dia todo e está crescendo, se desenvolvendo, brincando, estudando. Seja flexível. A bagunça vai existir. Depois é só arrumar. “Os pais devem permitir a bagunça. Essa pandemia está sendo um aprendizado muito grande para os pais e para os filhos. Uma criança passar por tudo isso é muito pesado”, finaliza Fernanda.

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