Terça-feira, 04 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de abril de 2021
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recepcionará de forma virtual 40 chefes de Estado, entre eles o mandatário brasileiro Jair Bolsonaro, na chamada Cúpula de Líderes sobre o Clima, nesta quinta-feira (22) e sexta (23).
O evento é visto como uma oportunidade central para que Biden assuma o papel de protagonismo político global em questões climáticas, agenda que ele reiterou ser prioridade de sua gestão durante toda a campanha eleitoral.
O governo Biden pretende anunciar, diante dos chefes de Estado de 17 economias que juntas respondem por 80% das emissões de gases do efeito estufa e por 4/5 do PIB global, metas mais ambiciosas de redução das emissões de CO2 americanas até 2030. O objetivo é tido como “crucial [pelos Estados Unidos] para manter ao alcance o limite de 1,5°C de aquecimento”.
É nesse contexto que o Brasil surge como uma oportunidade para o governo Biden mostrar a consistência de sua agenda e a capacidade de persuasão de seus argumentos. Bolsonaro se elegeu presidente com as propostas de reduzir multas ambientais, interromper as demarcações de terras indígenas e promover os interesses de produtores rurais.
Nas últimas semanas, o governo americano aumentou o grau de pressão para que o Brasil se comprometa com metas claras de combate ao desmatamento e condicionou qualquer repasse significativo de recursos ao País à apresentação de resultados.
Durante a disputa eleitoral, Biden se comprometeu a reunir alguns dos principais líderes mundias nos seus 100 primeiros dias no cargo de presidente, para discutir ações de enfrentamento à crise global das mudanças climáticas.
Bolsonaro acenou recentemente com mudanças em sua política ambiental, como uma carta que enviou a Joe Biden com o compromisso para o fim do desmatamento ilegal na Amazônia até 2030. Segundo apuração da CNN, o objetivo do discurso do presidente na cúpula é fazer um “gesto explícito” de comprometimento com a pauta.
Segundo comunicado divulgado pela Casa Branca, os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Xi Jinping, da China, estão entre os convocados de maior peso, assim como Bolsonaro.
Também foram convidados os integrantes do Fórum de Energia e Clima de Grandes Economias — que reúne os 17 países que respondem por 80% das emissões globais de carbonos —, as nações vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas e os países que lideram ações importantes de preservação do meio ambiente.
O encontro também terá um enfoque importante de discussão da capacidade de geração de emprego e renda nos países que adotarem a agenda de ação climática, dentre outros planejamentos que busquem a utilização de tecnologia, o cooperativismo internacional e a criação de benefícios econômicos em favor do combate à devastação ambiental.