Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 10 de setembro de 2023
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, teve sua delação premiada homologada pelo ministro Alexandre de Moraes.
Foto: Geraldo Magela/Agência SenadoA homologação da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, causou sensação de alívio na cúpula do Exército e foi vista como uma forma de encerrar capítulos de tensão.
Segundo a cúpula militar, a homologação “encerra um capítulo” que colocava o tenente-coronel ao lado de crimes ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro e, agora, o reposiciona como um colaborador relevante a ponto de conseguir deixar a prisão.
Ao todo, Cid é alvo de oito inquéritos, e, conforme avançavam as investigações no Supremo, o militar da ativa era visto como um sucessivo desgaste institucional. A posição de delator é vista com muito mais alívio do que o papel anterior que Mauro Cid vinha ocupando: o de braço-direito de Bolsonaro , disposto a ‘matar no peito’ todas as suspeitas de crimes graves.
A ligação do pai de Cid, o general quatro estrelas Mauro Lourena Cid, aumentou a apreensão dos militares, que passaram a “torcer” pela delação.
Agora, com as palavras do delator validadas pelo ministro Alexandre de Moraes, a instituição aposta em um distensionamento da imagem da instituição. A ideia é abrir um novo caminho para tratar de problemas que respinguem na imagem de militares. Uma das medidas práticas é o apoio à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos militares, que evita a mistura imprópria entre os militares e a política.
A delação de Cid
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, teve sua delação premiada homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) neste sábado (9). O magistrado também aceitou o pedido de liberdade provisória do tenente-coronel, e ele deixou a prisão em Brasília.
Conforme a decisão, Mauro Cid terá de usar tornozeleira eletrônica, não poderá estar fora de casa no período noturno e nem aos finais de semana, além de se afastar das funções do Exército. O militar é investigado por fraudar os cartões de vacinação do ex-presidente e sua filha, Laura, além de ser uma peça central em um suposto esquema de venda de joias e artigos de luxo que Bolsonaro ganhou durante agendas oficiais enquanto ocupava a cadeira de presidente da República.
Mauro Cid é tenente-coronel e filho de Mauro César Lourena Cid, general da reserva que foi colega de Jair Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, no Rio de Janeiro. O pai dele também é investigado por envolvimento no caso das joias.