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Edson Bündchen Da enxada ao chip: a reinvenção do campo

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Poucas coisas são tão estimulantes quanto saber que o sucesso de algo decorre do mérito envolvido na sua consecução. É o que assistimos hoje no agronegócio brasileiro. A articulação de um conjunto harmônico de fatores foi e está sendo capaz de reconfigurar profundamente a realidade do setor rural, e tudo isso numa velocidade sem precedentes. De importador de alimentos até o final de 1960, o Brasil passou a ser um dos maiores produtores e exportadores agropecuários do mundo. Esse notável avanço do agro brasileiro teve muitas causas, a começar pela primeira delas que a natureza nos legou: uma biodiversidade exuberante, rica, fértil… Um verdadeiro tesouro, sinalizando que nesse enorme e privilegiado pedaço da terra, um pujante celeiro estava sendo gestado. Da pesquisa de ponta desenvolvida pela Embrapa para a agricultura tropical, passando pela extraordinária vocação empreendedora dos nossos produtores, políticas públicas de crédito através do Banco do Brasil, uma indústria de máquinas e equipamentos agrícolas de primeiro mundo, somadas a toda uma capilarizada distribuição de insumos, fizeram do Brasil um colosso no setor que contribui para a segurança alimentar do planeta e projeta um horizonte de crescimento extraordinário para os próximos anos.

Hoje, sob qualquer ângulo que se observe o agronegócio brasileiro, os números são todos superlativos, inclusive em relação às nossas já conhecidas dores da porteira para fora. Mas há mudanças em curso, e elas não são banais. Os expressivos avanços em ganhos de produtividade, crescentemente ligados à tecnologia, chegaram ao campo com enorme apetite. Essa condição florescente que atualmente desfrutamos confere ao nosso País um destaque que extrapola em muito a dimensão econômica, progredindo, inclusive, rumo a um maior protagonismo geopolítico internacional. Bem concatenado, esse êxito poderá despertar também maior vigor colateral em outras cadeias produtivas, com a agregação de valor repercutindo em maior apreciação sistêmica dos fatores de produção.

Afora todo o progresso verificado na evolução da produtividade, há outros e abrangentes setores que se redesenham, a exemplo do “compliance” na gestão rural e as novas formas de crédito ao segmento. Nesse contexto, a inteligência de dados e a coordenação em rede serão fundamentais para a nova arquitetura tecnológica 5G que emerge. Por trás desse fenômeno em curso, o uso intensivo da inteligência artificial promete tornar mais confiáveis e ágeis os processos de gestão, dinamizar e potencializar o trabalho integrado, com a melhoria do desempenho de toda a cadeia produtiva, além de disponibilizar crédito aos produtores em modelos muito diferentes da forma tradicional, estagnada no tempo. Em entrevista recente, a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, pontuou que chegou a vez de novas tecnologias proporcionarem um salto nas finanças e na governança dos empreendimentos rurais, notadamente no acesso ao crédito, e aos mercados verdes, aos instrumentos de gestão de risco, ao apoio jurídico, à conformidade ambiental, social, fundiária, tributária, com impactos em toda a cadeia produtiva do agro, com crescente aprimoramento dos processos.

Não obstante nossas vantagens naturais, deixar de evoluir não é uma opção para o agronegócio, particularmente quando se prenunciam ventos tão favoráveis como os atualmente observados. Nessa linha, o desfrute de maior competitividade está diretamente vinculado à criação de um ambiente que esteja sintonizado com o estado da arte da inovação, da compreensão da importância da preservação ambiental, da inclusão digital, da incorporação dos avanços tecnológicos e sociais às pequenas propriedades, dentro de uma sempre renovada capacidade de adaptação. A julgar pelas ações dos líderes do agronegócio, sejam públicos ou privados, existem bons motivos para acreditar que estamos diante de uma agenda positiva que veio para ficar, e esse sucesso não deve ser tributado ao acaso.

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