Quarta-feira, 11 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 12 de maio de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Foi um discurso de posse pacificador, sem deixar de omitir a receita salgada que promete seguir. Corte de gastos públicos e renúncias tributárias; congelamento de contratações e reajustes para servidores dos três poderes; algum aumento de imposto e sinalização de reformas como a previdenciária. O presidente interino Michel Temer jogou os ingredientes no liquidificador para oferecer o produto final em doses parcimoniosas.
OTIMISMO MODERADO
Economistas consultados pelo colunista disseram que “haverá euforia momentânea e pontual. Para que o cenário mude de forma consistente, o governo substituto deverá realizar mudanças conjunturais e estruturais convincentes.”
O VERDADEIRO AUTOR
O marqueteiro que escolheu o lema Ordem e Progresso para o novo governo não pagará direito autoral a Raimundo Teixeira Mendes, filósofo e matemático que viveu de 1855 a 1927. Foi quem abreviou a frase do positivista Auguste Comte para incluir na bandeira nacional: “O amor por princípio, a ordem por base a o progresso por fim”.
NA VITRINE
Gentil Cardoso, técnico de futebol de 1931 a 1967, foi autor de frases que entraram em almanaques. Uma delas: quem se desloca recebe, quem pede tem preferência.
O deputado estadual Marcel Van Hattem seguiu o ensinamento. Foi a Brasília e, no ato de posse, ficou ao lado de Temer, tendo preferência em relação a outras autoridades e ganhando visibilidade internacional. Chegou a assoprar uma palavra que o presidente demorava para citar no discurso.
REINO DA IMAGINAÇÃO
O governo Dilma insiste que foi vítima de golpe parlamentar articulado por Eduardo Cunha. Atribui ao presidente afastado da Câmara dos Deputados capacidade que ele não tem. O polêmico parlamentar cumpriu um dos papeis e agora está abandonado.
VÃO SE DEFENDER
O diretório nacional do PDT marcou para o dia 30 deste mês encontro para ouvir os seis deputados federais que votaram a favor do impeachment e enfrentam processo de expulsão. O presidente Carlos Lupi busca um modo de voltar atrás, anulando a orientação radical.
ÚLTIMO RECURSO
Para evitar demissões, o Rio de Janeiro fará o que outros governos pensaram e não tiveram coragem de executar: reduzir salários e carga horária de servidores efetivos.
FICHAS NAS MÃOS
Avança na Câmara dos Deputados o estudo da Comissão Especial do Marco Regulatório dos Jogos. Prevê apostas do bicho em agências lotéricas, onde já é feito de forma aberta.
RÁPIDAS
* Ao contrário da executiva estadual, a bancada do PSDB não cogita romper com o governo Sartori.
* Nos próximos dias, Lula não irá ao Palácio da Alvorada. Será o tempo para curar feridas.
* Temer contornou o primeiro teste: a voracidade dos partidos por ministérios. Usou a tesoura com precisão.
* Renan não sai da gangorra. Após elogiar o presidente interino, disse que “novo governo não pode sufocar direitos”.
* Com regras políticas manipuladas, é assim: comemoração num dia e choro no outro.
* Radiografia dolorosa de hospitais do Interior do Estado: salários atrasados e serviços suspensos.
* Deu no jornal: “ONU pede calma ao Brasil.” Errou o endereço. Deve ter pensado na Síria conflagrada.
* Candidatos de primeira viagem correm atrás de exemplares da revista Eu Sei Tudo, editada até 1958. Acham que o curso rápido vai habilitá-los.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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