Sexta-feira, 02 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 8 de dezembro de 2022
Na reunião a portas fechadas que tiveram no Palácio do Alvorada, Sérgio Moro e o presidente Jair Bolsonaro se dedicaram a debater a oposição que farão ao governo Lula a partir de 2023.
Moro aproveitou o encontro para abordar a ação movida pelo PL, partido de Bolsonaro que busca cassar seu mandato no Senado. O ex-juiz e senador eleito pelo Paraná se disse surpreso com a iniciativa e alegou que ela “divide a oposição”.
Bolsonaro jogou a culpa em Paulo Martins, membro do PL que ficou em segundo lugar na disputa pela vaga no Senado do Paraná. O fato é que a ofensiva contra o ex-juiz teve a participação, nos bastidores, do presidente da sigla, Valdemar Costa Neto.
Moro foi eleito com 33,82% dos votos, em uma disputa apertada com o segundo colocado, que alcançou 29,12% dos votos. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, internamente, a esperança é de que a legenda consiga alijar o ex-juiz da Operação Lava-Jato do Senado e ficar com a vaga de Moro.
O PL entrou com um pedido na Justiça Eleitoral de cassação do mandato de Moro. Os detalhes da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) movida pelo diretório estadual da legenda estão sob sigilo.
O movimento se dá meses depois de Moro ter declarado publicamente apoio à candidatura à reeleição de Bolsonaro, e até mesmo acompanhado o então candidato nos debates televisivos do segundo turno da eleição presidencial.
Contas
No início deste mês, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) se manifestou pela terceira vez pela reprovação das contas de Moro – após duas manifestações do ex-juiz. Entre as inconsistências apontadas pelo tribunal estão o recebimento de recursos com origem não identificada, a omissão de receitas e gastos eleitorais, doações não incluídas da prestação parcial de contas de campanha e recebidas após as eleições.
Moro disse que desconhece a “existência de eventual ação do PL” e nada tem “a recear quanto à lisura, regularidade, transparência e seriedade das doações e despesas eleitorais.”
Anulação
No mês passado, o PL entrou com ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a anulação dos votos de 279,3 mil urnas eletrônicas, sob a justificativa de que houve “mau funcionamento” do sistema. Para o partido de Bolsonaro, o presidente teve 51,05% dos votos no segundo turno e venceu a disputa contra Lula, no dia 30 de outubro.
Esse movimento gerou um desgaste no Poder Judiciário após ter questionado as urnas eletrônicas do segundo turno da eleição presidencial. Presidente do TSE, o ministro Alexandre de Moraes negou pedido do PL para anular votos do pleito e determinou que a legenda pague multa de R$ 23 milhões.