Sábado, 27 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 26 de janeiro de 2016
Sem recursos financeiros do Estado para alimentar presos detidos na Delegacia de Polícia Judiciária Civil de Vila Rica, no Mato Grosso, o delegado Gutemberg Almeida sustenta do próprio bolso três homens e três mulheres – uma delas grávida. A prisão é provisória. Almeida classifica ainda o encarceramento como irregular. Todas as pessoas presas, desde que a Cadeia Pública foi fechada em 2013, ficam detidas na delegacia aguardando uma vaga no sistema prisional. Às vezes, a espera dura meses.
Falta de infraestrutura.
No entanto, o que mais incomoda a equipe de investigadores é o fato do governo do Mato Grosso não disponibilizar recursos para a alimentação dos presos e nem fornecer transporte para cadeias em outras cidades ou mesmo uma estrutura física adequada para mantê-los na delegacia. Durante todo o tempo que passam no local, eles não veem o Sol, pois a unidade não tem condição de liberá-los para um páteo.
A situação já foi comunicada à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado, mas, até o momento, nenhuma resposta foi obtida pelo delegado. Enquanto isso, Almeida gasta aproximadamente 200 reais por mês com alimento para os presos. Ele cozinha em casa e leva a alimentação aos detidos. Os familiares e empresários donos de restaurantes também contribuem. O delegado revelou ainda que os policiais arriscam a própria vida para transportar os presos. Disse também que no dia em que há o transporte dos presos as investigações dos crimes são interrompidas, pois a ação mobiliza toda a equipe. (AG)