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Brasil Delúbio e Bumlai mantêm versões em acareação na Justiça

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Delúbio (E) fez acareação com Bumlai (D) na Justiça Federal. (foto: reprodução)

A acareação nesta segunda-feira (27) entre o pecuarista José Carlos Bumlai e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares terminou com ambos mantendo as suas versões sobre empréstimo de R$ 12 milhões obtido no Banco Schahin. Mediados pelo juiz Sérgio Moro, eles falaram à Justiça a pedido da defesa de Delúbio Soares.

Bumlai participou por videoconferência por São Paulo, e também falou como testemunha de acusação arrolada pelo Ministério Público Federal (MPF). Já Delúbio compareceu pessoalmente à Justiça Federal em Curitiba, quando esteve pela primeira vez diante do juiz Sérgio Moro – ele ainda deve ser interrogado como réu neste processo.

Acusado de lavagem de dinheiro na ação, Delúbio negou a versão de Bumlai de que participou e intermediou reunião em que foi negociado empréstimo de R$ 12 milhões do Banco Schahin para Bumlai. Segundo o pecuarista, o destinatário final era o PT.

Questionado pelo juiz Sérgio Moro, Delúbio Soares disse nesta segunda-feira que não lembra de ter participado dessa reunião, mas que comparecia muitas vezes ao Grupo Schahin para conversar com os diretores sobre questões da política nacional.

“Eu não me lembro dessa reunião, se teve reunião. Eu nunca olhei no olho do senhor e falei: alguém vai pedir R$ 12 milhões emprestados, assinar e emprestar para alguém sem saber quem é”, disse Delúbio.

Após a fala do ex-tesoureiro do PT, Sérgio Moro perguntou se Bumlai mantinha a versão de que Delúbio participou de reunião para negociar o empréstimo, representando interesses do partido.

“Eu mantenho a minha versão – ele começou dizendo que não se lembrava, lamentavelmente ele esteve na reunião. Se ele não tivesse estado, o empréstimo seria de R$ 6 milhões, e não de R$ 12 milhões. Porque como é que eu iria adivinhar que estava precisando de R$ 6 milhões, conforme depoimento do senhor Marcos Valério em 2012, para comprar um jornal ou coisa parecida. Estava na reunião, sim senhor”, disse Bumlai.

O empréstimo
Dos R$ 12 milhões que foram emprestados a Bumlai, segundo o MPF, o empresário Ronan Maria Pinto recebeu R$ 6 milhões – ele também é réu no processo. Marcos Valério, operador do mensalão, disse que Ronan extorquia dirigentes do PT, e por isso recebeu os valores.

O dinheiro, segundo a acusação, tinha como fim a compra de ações do jornal “Diário do Grande ABC”. O MPF diz que o objetivo de comprar ações era, segundo Marcos Valério, porque o jornal estava ligando Ronan Maria Pinto a denúncias da morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel.

Já os outros R$ 6 milhões, de acordo com o MPF, foram destinados à campanha para a prefeitura de Campinas de 2004, para o candidato apoiado pelo PT no segundo turno. Delúbio também negou ter participado dessa negociação.

O MPF sustenta que o pagamento desse empréstimo foi feito por meio da contratação do Grupo Schahin como operador do navio-sonda Vitória 10.000, pela Petrobras, em 2009, ao custo de US$ 1,6 bilhão – este fato é apurado em outra ação penal.

Depoimento
Antes da acareação, Bumlai foi ouvido no mesmo processo, na condição de testemunha da acusação. No início da oitiva, a defesa de Sandro Tordin, ex-presidente do Banco Schahin, questionou a presença do pecuarista nessa condição. O motivo foi o fato de que Tordin havia sido testemunha de acusação em outro processo, no qual Bumlai é réu. Agora, a situação se inverteria.

A defesa argumentou que o depoimento de Bumlai poderia conter vícios, para que o pecuarista tentasse incriminar quem outrora depôs contra ele. O juiz Sérgio Moro entendeu que isso poderia acontecer, mas não anulou o depoimento e também deu ao pecuarista o direito de não responder perguntas que pudessem lhe incriminar, além de garantir que este depoimento não poderia ser usado contra ele no processo em que responde.

Apesar das garantias de Moro, Bumlai não se furtou a responder as perguntas que lhe foram feitas. Os principais questionamentos foram sobre o destino do dinheiro do empréstimo que tomou junto ao Banco Schahin. Assim como na acareação, ele disse imaginar que o dinheiro seria destinado ao PT. Ele também afirmou que não poderia precisar de que forma o partido usou a quantia, nem que isso seria referente ao pagamento de propina da Schahin ao PT, pelo contrato com a Petrobras. (AG)

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https://www.osul.com.br/delubio-e-bumlai-mantem-versoes-em-acareacao-na-justica/ Delúbio e Bumlai mantêm versões em acareação na Justiça 2016-06-27
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