Sábado, 19 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 23 de julho de 2020
O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) deixou a equipe de campanha do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, na manhã desta quinta-feira (23). O aviso foi dado pelo prefeito após receber pedido do tucano para se afastar do posto. O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) denunciou Alckmin, nesta quinta-feira, por falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
“Ele mesmo pediu para se afastar da campanha. Pediu o desligamento da coordenação do programa de governo, e a gente deseja todo o apoio a ele. Tenho certeza que ele vai comprovar a inocência dele”, disse Covas.
O prefeito disse que confia na inocência do ex-governador. A justificativa foi que Alckmin quer tempo para se dedicar a sua defesa na Justiça. Politicamente, o afastamento tenta reduzir os efeitos negativos da denúncia contra o tucano para a campanha à reeleição de Covas
“Queria ratificar o entendimento de que acredito na inocência do ex-governador Geraldo Alckmin, que, depois de 42 anos de vida pública, tem um patrimônio menor do que quando começou as suas atividades.”
“De acordo com as investigações, Alckmin, na condição de candidato a governador de São Paulo em 2010 e 2014, recebeu R$ 2 milhões em recursos não contabilizados na primeira campanha e R$ 9,3 milhões na campanha para a reeleição. Esses recursos, transferidos pelo Departamento de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht com o emprego de métodos ilícitos como a utilização de doleiros, tinham como objetivo obter vantagens junto ao governo estadual”, informou o MP-SP.
Na semana passada, Alckmin havia sido indiciado a partir de uma investigação com base em informações fornecidas por executivos do Grupo Odebrecht em acordos de colaboração premiada.
Alckmin foi governador de São Paulo em dois períodos, entre 2001 e 2006 e de 2011 a 2018. Segundo o MP-SP, a ação penal ajuizada nesta quinta-feira (23) origina-se dos 77 acordos de colaboração premiada firmados por executivos e funcionários do Grupo Odebrecht com a PGR (Procuradoria-Geral da República), todos homologados pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
A equipe de defesa de Alckmin afirma que o ex-governador “jamais foi procurado pelas autoridades policiais para se manifestar a respeito dos fatos”. Além disso, segundo a nota, as conclusões do inquérito são “apressadas” e infundadas”. “Por isso, confiante na Justiça, [Alckmin] responderá aos termos da denúncia, seguro de que não praticou qualquer ilícito, até porque nunca recebeu valores a título de contribuição de campanha eleitoral que não tenham sido devidamente declarados”. As informações são do jornal O Globo, do MP-SP e da Agência Brasil.