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Brasil Deputado denunciado por “apalpar” uma colega disse que tudo não passou de “um abraço rápido e superficial”

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Ocorrida em dezembro, cena foi registrada por câmera do plenário. (Foto: Reprodução)

O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou ontem, em decisão unânime, a admissibilidade da denúncia de quebra de decoro parlamentar contra o deputado Fernando Cury (Cidadania), flagrado pela câmera do plenário abraçando por trás e apalpando os seios da sua colega Isa Penna (PSOL).

A cena ocorreu no plenário, em 16 de dezembro, durante votação do orçamento do Estado. Enquanto Penna conversava com a Mesa Diretora, Cury se aproximou. Mesmo repelido, insistiu na abordagem.

O episódio levou Isa a denunciá-lo ao Conselho de Ética, e ele enfrenta processos relativos ao caso em outras esferas: dentro de seu partido e no Ministério Público de São Paulo.

Em sua defesa prévia apresentada na segunda-feira ao conselho, Cury negou ter apalpado o seio da deputada. No documento, de 32 páginas, o advogado de Cury, Roberto Delmanto Júnior, refere-se ao gesto em questão como “rápido e superficial abraço”

A presidente do Conselho de Ética, Maria Lúcia Amary (PSDB), designou o deputado Emídio de Souza como relator do caso. Ele terá até 15 dias para apresentar seu parecer. O colegiado pode decidir pela absolvição, advertência, suspensão ou até a cassação de Cury. Caso a penalidade mais grave seja escolhida, o caso segue para o plenário da Alesp.

Relembre o caso

O caso começou quando Isa Penna foi à tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo anunciar que havia sido assediada pelo deputado estadual Fernando Cury (Cidadania) no plenário da Casa. Um vídeo mostra o parlamentar se aproximando da colega por trás e apalpando-a.

Cury pediu a palavra após a exibição da gravação, negou ter cometido assédio e pediu desculpas por ter, segundo ele, abraçado a colega. Isa afirmou que registrará um boletim de ocorrência contra o deputado e também levará uma representação contra ele ao Conselho de Ética da Assembleia.

“Eu fui apalpada na lateral do meu corpo”, relatou a deputada do PSOL, que defende bandeiras feministas, é bissexual e milita por causas ligadas aos direitos humanos e à igualdade de gênero. “O que dá o direito a alguém de encostar em uma parte do meu corpo, íntima. O meu peito é íntimo. É o meu corpo.”

A situação ocorreu durante uma sessão em que os deputados votavam o orçamento do estado para 2021. Isa estava de pé, diante da mesa da presidência da Casa, conversando com o presidente Cauê Macris (PSDB), quando o colega chegou por trás sem que ela percebesse.

Em divulgado por assessores e deputados do PSOL, é possível ver que Isa tirou a mão de Cury e se desvencilhou dele. Nas redes sociais, a deputada relatou que o deputado chegou perto dela e de Macris, que conversavam, após um outro parlamentar tentar demovê-lo da aproximação.

“O deputado Cury, no entanto, ignora o gesto e se posiciona atras de mim e apalpa meus seios, no que e imediatamente repelido por mim! E assim ocorre o assédio!”

Outras parlamentares foram ao microfone nos dias seguinte para manifestar solidariedade com Isa, defenderam que o caso seja investigado e criticaram atitudes machistas.

Cury se disse então “triste e constrangido” por ter que se pronunciar: “Gostaria de frisar a todos, principalmente as mulheres que estão aqui, que não houve, de forma alguma, da minha parte, tentativa de assédio, de importunação sexual ou qualquer outra coisa com algum outro nome semelhante a esse”.

“Eu nunca fiz isso na minha vida toda. Mas, se a deputada Isa Penna se sentiu ofendida com o abraço que eu lhe dei, eu peço, de início, desculpa por isso. Desculpa se eu a constrangi. Desculpa se eu tentei, como faço com diversas colegas aqui, de abraçar e estar próximo”, disse ele.

Cury afirmou que a deputada a procurou após o fato e que ele tentou se desculpar, mas não foi ouvido. “Tentei argumentar com ela, pedi desculpas. Entendo, estava nervosa, ficou brava. Cheguei hoje aqui no plenário […], fui conversar com ela, começou a gritar, a me xingar.”

“Não fiz por mal, nada de errado. O meu comportamento é o que tenho com as colegas e os colegas aqui”, completou. “O que tem ali? Um abraço? O que eu fiz de errado? [Jamais faria algo] na frente do presidente [da Assembleia], meu Deus do céu”, prosseguiu.

Isa chorou na tribuna, minutos antes, ao apelar ao presidente da Assembleia para que o vídeo da cena fosse mostrado no telão do plenário. Macris disse que o regimento interno não permitia a exibição, mas, diante das pressões, atendeu ao pedido.

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https://www.osul.com.br/deputado-denunciado-por-apalpar-uma-colega-disse-que-tudo-nao-passou-de-um-abraco-rapido-e-superficial/ Deputado denunciado por “apalpar” uma colega disse que tudo não passou de “um abraço rápido e superficial” 2021-02-11
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