Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 9 de setembro de 2016
Dezenove lojas de três shoppings populares da Avenida Paulista, tradicional cartão postal de São Paulo, vendem bolsas de luxo falsificadas e outros produtos piratas de marcas famosas. A conclusão está no relatório de uma empresa particular de investigação econômica no Brasil, contratada por fabricantes de artigos de grife da França. O documento é de caráter sigiloso e ainda não foi encaminhado às autoridades responsáveis por fiscalizar e coibir o comércio ilegal.
Denúncia será enviada ao governo brasileiro.
De acordo com o relatório, mais quatro lojas de um shopping da região central da capital paulista foram flagradas vendendo imitações de etiquetas luxuosas. Procurada pela reportagem, a Unifab (União dos Fabricantes) da França, que representa as grifes que tiveram seus produtos pirateados em São Paulo, informou que pretende encaminhar a denúncia para o Ministério das Relações Internacionais francês, para a embaixada da França no Brasil e para o governo brasileiro, à espera de providências.
Por questões contratuais, o nome do escritório de investigação não é mencionado no documento. Seus detetives encontraram objetos piratas que imitavam artigos das francesas Louis Vuitton, Chanel, Hermès, Dior, Givenchy, das italianas Prada e Gucci, da uruguaia e brasileira Victor Hugo, e da americana Michael Kors em 23 lojas de São Paulo. Conforme a investigação, lojistas, a maioria de origem asiática, comercializavam bijuterias, carteiras, perfumes e bolsas piratas em baias separadas por tapumes de madeira.
Preços altos.
O item mais barato encontrado foi um par de brincos falsificados da “Dior Tribale”, por 50 reais. O mais caro é uma bolsa na cor verde e rosa com suposta pele de serpente imitando a “The Lady Dior”, 3 mil reais. A marca disse que não possui um modelo de bolsa idêntico ao exposto na loja apontada no relatório. O preço de uma bolsa original da Chanel vai de 25 mil reais a 27 mil reais, uma da Prada, de 9 mil reais a 12,7 mil é possível encontrar uma Louis Vuitton por 5.750 reais.
Pelo levantamento, na Avenida Paulista os objetos falsificados estavam sendo vendidos em dez lojas do Boulevard Monti Mare, em sete do Shopping Paulista Center e outras duas do Shopping Market Paulista. No Centro, eram comercializados em quatro lojas do Shopping 25 de Março. Em uma estratégia para disfarçar as falsificações, os vendedores classificam os produtos como “réplica top, réplica ou cópia”, constatou o estudo.
Réplica top.
Segundo os investigadores é possível notar a falsificação da “cópia” e da “réplica”, mas só um especialista conseguiria diferenciar uma “réplica top” de uma original. Para flagrar a venda ilegal nos shoppings, os especialistas da consultoria francesa usaram câmeras escondidas para filmar e fotografar os produtos. De acordo com eles, desde a realização do relatório, não ocorreram ações de combate ao comércio ilegal nas lojas envolvidas. (AG)