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Brasil Diretor do Instituto Butantan lamenta negacionismo e diz que nunca houve mortalidade tão alta por coronavírus no Brasil

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O diretor do Instituto Butantan lamentou o comportamento negacionista.

Foto: Divulgação
Para Bruno Covas, situação da pandemia ainda não é levada a sério por muita gente. (Foto: Divulgação/Butantan)

Em entrevista à imprensa nesta sexta-feira (18), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, lamentou o fortalecimento do “movimento negacionista” liderado pelo presidente Jair Bolsonaro, ainda mais em um país duramente atingido pela pandemia. O Brasil se aproxima de 500 mil mortes por coronavírus.

“Nunca houve uma mortalidade tão alta no Brasil e parece que as pessoas estão brincando com essa realidade”, disse o médico e pesquisador, que desde 2017 está à frente de uma instituição que se tornou referência na América Latina e atualmente é responsável pelo produção local da CoronaVac, a vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac.

Covas lembrou que, ao contrário de outros países, a taxa de transmissão no Brasil continua em níveis elevados e alertou que não é hora de baixar a guarda, apesar de Bolsonaro ter proposto recentemente o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras para aqueles que já foram vacinados ou infectados com o vírus.

“A pandemia está se acelerando e, por isso, neste momento temos que reforçar as medidas de restrição, o uso de máscaras, o distanciamento social (…) Não se compara com nenhum outro país que tenha relaxado”, declarou.

O controle da crise sanitária no Brasil, segundo Covas, vai depender agora da aceleração do processo de vacinação, por cuja demora culpou tanto o governo Bolsonaro, pela indefinição na hora de fechar contratos com empresas farmacêuticas, quanto a Anvisa, pela demora na aprovação do uso emergencial da CoronaVac.

“Se esses aspectos fossem priorizados, o Brasil poderia ter sido um dos primeiros países do mundo a iniciar a vacinação”, destacou.

“A falta de vacinas tem impacto na progressão das mortes e internações hospitalares. Quanto mais tempo demora para vacinar a população adulta, que é prioritária, mais tempo vai demorar para controlar o aspecto mais nefasto da pandemia: as mortes e a demanda do sistema hospitalar”, explicou.

O atraso na produção de vacinas pelo Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela fabricação local da AstraZeneca, também se deve à escassez do IFA, matéria-prima essencial para os imunizantes e que é importada da China.

Nesse sentido, Covas também apontou o dedo para Bolsonaro, que já fez várias críticas ao país asiático, e ressaltou que suas declarações prejudicam a oferta do componente.

“Óbvio que prejudica, cria confusão, cria dificuldades na própria burocracia do governo chinês para liberar”, frisou.

Até o momento, 28% da população foi inoculada com a primeira dose da vacina e pouco mais de 11% recebeu o esquema completo no Brasil, o segundo país com mais mortes causadas pelo coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos.

Apesar da lentidão, o diretor do Butantan, instituto vinculado ao governo de São Paulo, disse confiar em uma aceleração do processo de imunização a partir do próximo mês, já que entre julho e setembro o governo brasileiro espera receber 180 milhões de vacinas, incluindo novos lotes da CoronaVac.

No total, o Butantan vai entregar 100 milhões de doses ao governo federal e outras 30 milhões ao governo de São Paulo. A partir daí, segundo Covas, o instituto terá liberdade para atender outros países, como Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia, com os quais já começaram os contatos.

Além da CoronaVac, o Instituto Butantan está desenvolvendo a ButanVac, a primeira vacina contra a covid-19 totalmente produzida no Brasil e cujos testes em humanos estão programados para começar neste mês.

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https://www.osul.com.br/dimas-covas-lamenta-negacionismo-e-afirma-nunca-houve-mortalidade-tao-alta/ Diretor do Instituto Butantan lamenta negacionismo e diz que nunca houve mortalidade tão alta por coronavírus no Brasil 2021-06-18
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