Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 27 de março de 2023
Lula tem travado embates com o BC devido à taxa básica de juros
Foto: Raphael Ribeiro/BCBO diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), Bruno Serra Fernandes, foi exonerado do cargo na sexta-feira (24). A saída, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (27).
O mandato de Fernandes terminou no fim de fevereiro, mas os diretores do BC podem seguir nos cargos de modo interino até a nomeação de um substituto. Segundo o Diário Oficial, a exoneração ocorreu a pedido do próprio diretor.
O substituto de Fernandes ainda não foi nomeado, embora Lula tenha escolhido, na semana passada, os indicados para as duas vagas abertas na diretoria da autoridade monetária: o executivo do mercado financeiro Rodolfo Froés e o funcionário de carreira do BC Rodrigo Monteiro.
A expectativa é de que Froés assuma a posição. Graduado em administração pela PUC-Rio, ele tem longa experiência no mercado, incluindo passagens pelo Bank of America e pela Ritchie Capital Management, e também chegou a compor o Conselho de Administração do Banco Fator com o atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, que presidia o colegiado.
Já Monteiro deve ir para a área de fiscalização, seguindo a tradição de indicar um servidor do próprio BC.
Na ocasião, Lula concordou com as sugestões feitas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e apresentará os nomes ao Senado, onde devem passar por uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos e pelo plenário.
Embora Lula já tenha conversado com os dois indicados, o presidente pode sofrer pressões para trocar os nomes até o anúncio oficial. Nos últimos meses, o petista tem travado embates com o BC devido à taxa básica de juros.
Desde 2021, o BC é autônomo, ou seja, o presidente da instituição tem mandato e não pode mais ser demitido pelo chefe do Executivo. Por isso, as indicações para as diretorias do BC, prerrogativas do presidente da República, são uma maneira de Lula colocar nomes mais alinhados ao governo dentro da autoridade monetária.