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Mundo Ditador venezuelano amplia ameaça à Guiana, ante a espantosa apatia do Brasil

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Maduro divulgou o "novo mapa" da Venezuela com a incorporação de Essequibo, região rica em petróleo. (Foto: Zurimar Campos/Presidência da Venezuela)

Ato contínuo ao referendo favorável à absorção de Essequiba, que forma 70% do território da Guiana, o autocrata venezuelano Nicolás Maduro escalou as ameaças. Ele ordenou que estatais explorem petróleo e minas da região, nomeou um interventor, mobilizou um posto militar na fronteira e determinou a aprovação de uma lei criando o Estado venezuelano de Essequiba.

Independentemente de se isso é um teatro ou se há intenção real de uma invasão, essas medidas violam o direito internacional e exigem repreensão dura e inequívoca, e mobilizações para estabelecer sanções à agressão política e à potencial agressão militar. Mas a apatia do Brasil e de instâncias multilaterais como a Organização dos Estados Americanos salta aos olhos.

Escalonando os objetivos de Maduro, dos imediatos aos remotos, há primeiro os domésticos: fabricar uma imagem de unidade nacional sob sua liderança e mobilizar as bases chavistas às vésperas de um ano eleitoral. A meta final seria anexar Essequiba à força.

Os primeiros objetivos foram um tiro pela culatra. Há consenso popular de que Essequiba deveria ser da Venezuela. Mas a baixa adesão às urnas mostra que os venezuelanos não estão entusiasmados com a aventura irredentista de Maduro. O governo fala em 50% de comparecimento, cerca de 10 milhões de eleitores. Mas observadores independentes estimam cerca de 2 milhões. A líder da oposição, María Corina, denunciou o pleito como uma “distração”, defendendo que a controvérsia seja solucionada pela Corte Internacional de Justiça, como pretendem a Guiana e a ONU.

A tensão marcial servirá de pretexto a Maduro para apertar os grilhões de sua ditadura, mas a invasão é improvável. A assimetria é brutal: a Guiana não tem Forças Armadas; a Venezuela tem o apoio e armas de agentes do caos, como Cuba e Rússia. Mas a região, com densa floresta, impõe dificuldades operacionais e há dúvidas se as Forças Armadas venezuelanas estão dispostas, tanto mais considerando o apoio dos EUA à Guiana.

O Brasil deslocou tropas a Roraima. É medida indispensável para proteger as fronteiras nacionais, mas não implica condenação nem punição das manobras ilegais da ditadura chavista, muito menos dissuasão de uma potencial agressão militar. O silêncio no Planalto é ensurdecedor e já deixou de ser obsequioso, arriscando-se a se tornar cúmplice.

O presidente Lula disse esperar que “o bom senso prevaleça”. Mas a truculência de Maduro rasgou essa fantasia. Querendo mostrar força, Maduro expôs sua fraqueza. Mas déspotas desesperados são mais, não menos, perigosos.

Por tempo demais o líder petista se esquivou de tratar seu “companheiro” como o pária que é. Ao contrário, segue prestigiando Maduro como líder da vanguarda esquerdista contra a opressão “imperialista”. Agora que o tirano de seu povo exibe as garras de agressor de outro povo, essa fantasia também se rasgou. A complacência do chefe de Estado brasileiro é imoral e, no limite, a depender da ousadia de Maduro – por exemplo, atravessando Roraima para alcançar a Guiana –, poderá até ser crime de responsabilidade.

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