Domingo, 12 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 15 de outubro de 2015
A escalada do dólar deve ser a nova vilã da conta de luz dos brasileiros. Além dos efeitos da estiagem, que neste ano representaram aumentos superiores a 50%, agora é a moeda norte-americana que pressionará os próximos reajustes tarifários das distribuidoras do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A explicação está na cota que cada empresa tem de energia da hidrelétrica de Itaipu, cotada em dólar.
Cálculos feitos pela comercializadora Comerc mostram que apenas o impacto da divisa dos Estados Unidos na fatia de energia da usina binacional pode representar aumentos entre 3,7% e 9,5% na conta de luz. As maiores altas devem ocorrer naquelas distribuidoras que ainda não tiveram reajuste neste ano. No aumento extraordinário, ocorrido em janeiro, quando o governo repassou para a tarifa parte das oscilações do câmbio, o dólar estava na casa de 2,80 reais. Nas últimas semanas oscilou entre 3,70 e 4,22 reais.
Repasse
As empresas sentem o impacto do aumento do dólar simultaneamente, mas só podem repassar para o consumidor na data dos reajustes, conforme explica o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, Nelson Fonseca. Se não tiver alteração no cenário energético, o câmbio deve ser o item que mais contribuirá para o aumento das tarifas em 2016, segundo ele. “Mas não podemos prever em que nível os reajustes ficarão. Há uma série de incertezas que não permite previsões.” Uma delas é a questão da hidrologia. Se não chover o suficiente, o País terá novamente de acionar as térmicas, mais caras. (Veja com AE)