Terça-feira, 13 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 12 de maio de 2025
O dólar encerrou a sessão dessa segunda-feira (12) em alta de 0,53%, cotado a R$ 5,68, após o anúncio de um acordo entre os Estados Unidos e a China para reduzir os efeitos do tarifaço implementado pelo presidente americano Donald Trump. O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa brasileira, teve leve alta de 0,04%, aos 136.563 pontos .
As duas potências concordaram em diminuir significativamente as chamadas “tarifas recíprocas” sobre produtos de importação durante 90 dias.
* As taxas dos EUA sobre as importações chinesas cairão de 145% para 30%.
* As tarifas da China sobre os produtos americanos serão reduzidas de 125% para 10%.
Após a notícia, o dólar ganhou força e subiu em relação a outras moedas importantes e os mercados de ações se recuperaram. A diminuição das taxas afasta o temor de que a economia global esteja caminhando para uma recessão.
Por aqui, os investidores também estão de olho na divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta terça-feira (13).
Na semana passada, o Banco Central (BC) decidiu elevar a taxa básica de juros pela sexta vez seguida, para 14,75% ao ano, o maior nível em quase duas décadas. O comunicado não deu indicações sobre os próximos passos, mas deixou a impressão de que o Copom pode parar de subir os juros.
Por isso, o boletim Focus divulgado nessa segunda já aponta que os economistas do mercado financeiro não esperam mais movimentos da taxa Selic até o fim de 2025.
Mercados
O acordo entre Estados Unidos e China sobre tarifas, anunciado nessa segunda, foi bem recebido pelo mercado financeiro.
O mercado entende que o aumento das tarifas sobre produtos importados pelos EUA pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar a uma desaceleração da maior economia do mundo ou até mesmo a uma recessão global. Assim, a leitura é que a trégua tarifária entre os dois países diminui esses riscos.
Quando Trump anunciou as primeiras “tarifas recíprocas” a mais de 180 países, no que ele chamou de “Dia da Libertação”, no início de abril, as bolsas norte-americanas registraram as maiores quedas em um único dia desde 2020, ano em que o planeta enfrentava a pandemia de covid.
Agora, a redução das tarifas representou um alívio para os investidores. As principais Bolsas de Nova York dispararam após o anúncio. O S&P 500, que reúne ações das principais empresas americanas listadas na Bolsa, atingiu o seu maior nível desde o início de março.
As ações chinesas também decolaram e fecharam em alta. O yuan subiu para 7,2001 por dólar, atingindo o maior valor em seis meses.
O acordo teve um resultado mais positivo do que muitos analistas esperavam. “Eu achava que as tarifas seriam reduzidas para algo em torno de 50%”, disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management em Hong Kong, à Reuters.
“Obviamente, esta é uma notícia muito positiva para as economias de ambos os países e para a economia global, e deixa os investidores muito menos preocupados com os danos às cadeias de suprimentos globais no curto prazo”, acrescentou Zhang.
Na semana passada, o mercado já havia reagido positivamente ao anúncio de um acordo comercial entre EUA e Reino Unido sobre o tarifaço.
Os EUA mantiveram uma tarifa de 10% sobre os produtos britânicos importados, enquanto o Reino Unido concordou em reduzir as taxas sobre os produtos norte-americanos de 5,1% para 1,8%, além de fornecer aos EUA maior acesso aos seus mercados.
Trump também indicou que tem várias reuniões planejadas para os próximos dias, destacando que outros países também querem fazer um acordo com os norte-americanos.
Ainda no cenário internacional, Índia e Paquistão declararam um cessar-fogo imediato após o aumento recente das tensões militares na área. A medida diminui o risco geopolítico no sul da Ásia e foi vista como um alívio por investidores que monitoram a estabilidade da região.