Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 27 de maio de 2020
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quarta-feira (27) regular ou encerrar as atividades das empresas de mídia social, um dia após o Twitter adicionar pela primeira vez um aviso a alguns de seus tuítes, solicitando que os leitores checassem as declarações do chefe da Casa Branca sobre uma suposta intenção fraudulenta em iniciativas que promovem a votação por correio nas eleições presidenciais de novembro deste ano.
“Os republicanos sentem que as plataformas de mídia social silenciam totalmente as vozes conservadoras. Vamos regular fortemente, ou fechá-las, antes que possamos permitir que isso aconteça. Vimos o que eles tentaram fazer e fracassaram em 2016. Não podemos deixar uma versão mais sofisticada disso acontecer”, escreveu o presidente no Twitter, acrescentando: “Limpe o que você fez, agora!”
Momentos depois, Trump, que é candidato à reeleição, usou o Twitter para acusar a própria rede social de “interferir nas eleições presidenciais de 2020”. O presidente dos EUA ainda voltou a chamar veículos de imprensa do país de “fake news”.
Logo em seguida, as ações do Twitter e do Facebook caíram nas negociações anteriores à abertura do mercado americano.
Trump, sem oferecer nenhuma evidência, reiterou suas acusações do dia anterior e escreveu na mesma plataforma que “caixas de correio serão roubadas, as cédulas serão falsificadas e até impressas ilegalmente e assinadas de forma fraudulenta”.
Nas primeiras postagens sobre o assunto, o Twitter adicionou um alerta, com ponto de exclamação azul, embaixo dos textos para alertar os leitores para a necessidade de checar as afirmações de Trump. O alerta inclui um link para uma mensagem que afirma que as declarações do presidente são “infundadas”, citando informações de vários veículos, incluindo a CNN e o The Washington Post.
A mensagem do Twitter diz:”Trump afirmou falsamente que as cédulas de voto pelo correio levariam a eleições fraudulentas. No entanto, não há provas de que o voto por correio esteja relacionado à fraude eleitoral”.
Muitos estados americanos, incluindo a Califórnia, estão buscando ampliar a possibilidade de voto pelo correio para evitar que a pandemia da Covid-19 provoque abstenção muito alta na eleição de 3 de novembro, já que os eleitores poderiam ficar com medo de ficar em filas de votação e ser contaminados. Trump tem feito campanha contra essa ampliação, pois as pesquisas eleitorais indicam que ele pode ser favorecido com uma abstenção maior.
No dia 11 de maio, o Twitter anunciou ferramentas destinadas a combater as informações falsas na rede, com foco especial na pandemia da Covid-19. Uma delas era a funcionalidade usada para rebater as palavras de Donald Trump. No caso da pandemia, algumas postagens consideradas em violação das regras da rede chegaram a ser parcialmente ocultadas, como ocorreu com o deputado Osmar Terra (MDB-RS). As informações são do jornal O Globo.