Domingo, 28 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de abril de 2017
A gafe envolvendo o paradeiro do porta-aviões nuclear norte-americano Carl Vinson – descoberto no caminho oposto da Península Coreana, quando deveria estar rumando para fazer uma exibição de poder ao ditador norte-coreano, Kim Jong-un – pôs em xeque a credibilidade das ameaças de uso de força já feitas pelo presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump.
Enquanto o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, voltava a fazer promessas de uma “resposta esmagadora” à Coreia do Norte a bordo de um outro porta-aviões no Japão, a confusão sobre o Carl Vinson foi alvo de chacota e comentários preocupados na Ásia.
No último dia 8, em meio à crise iniciada com sinais de que a Coreia do Norte iria fazer um novo teste nuclear, o Pentágono anunciou que o porta-aviões e seu grupo de ataque estavam rumando para a Coreia. “Estamos enviando uma poderosa armada”, ameaçou Trump. Mas só agora a força-tarefa está realmente se deslocando para a região.
Mídia coreada diz que os EUA blefaram
A mídia estatal norte-coreana não hesitou em classificar a retórica americana como “um blefe” e afirmou que Washington agora “tenta fingir que tudo não passava de um alerta”. Na Coreia do Sul, Hong Joon-pyo, candidato à presidência, inicialmente evitou fazer julgamentos, mas deixou escapar que a relação com os Estados Unidos pode ter ficado abalada pelo caso. “O que o presidente Trump disse foi muito importante para a segurança nacional da Coreia”, afirmou. “Se era uma mentira, então a Coreia do Sul não acreditará mais no que ele disser.”
“Tremenda lambança”
Na China, o portal Guancha declarou que a imprensa mundial fora “novamente tapeada por Trump”, enquanto o “Global Times”, diário ligado ao Partido Comunista Chinês, classificou a atuação da imprensa norte-americana, japonesa e sul-coreana como “uma tremenda lambança”.
Visita ao Japão
Em visita ao Japão, o vice-presidente americano, Mike Pence, reafirmou o compromisso de Washington com seus aliados na região, e voltou a alertar que qualquer uso de força militar da Coreia do Norte receberá “uma resposta esmagadora”. “O presidente [Trump] já deixou claro que a paciência dos Estados Unidos e a de seus aliados na região se acabou, e queremos ver mudanças”, afirmou Pence.
Costa da Austrália
Na Casa Branca, o porta-voz do governo, Sean Spicer, ainda tentou minimizar o fiasco causado pela revelação de que o porta-aviões – atualmente na costa da Austrália – ainda deve levar mais uma semana para se aproximar da Península Coreana. Spicer atribuiu o caso a “um erro de comunicação” entre Pentágono e governo dos EUA. E finalizou: “O presidente afirmou que temos uma armada seguindo em direção à Península Coreana. Isso é um fato. Está acontecendo”. (AE)