Quinta-feira, 15 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 8 de outubro de 2018
É falsa a imagem de um boletim de urna que circula em redes sociais e em aplicativos de mensagens instantâneas, como WhatsApp, indicando que o candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, obteve mais votos que o número de pessoas que usaram a urna eletrônica.
Ainda de acordo com mais essa peça de “fake news”, os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB) não teriam tido nenhum voto. Para variar, essa informação também é completamente falsa.
De acordo com a foto, que foi digitalmente alterada, Haddad teria computado 9.909 votos, enquanto o número de eleitores que compareceram à votação seria de 477. A imagem viral, além de não mostrar o boletim inteiro, não mostra o número da seção e do município.
Investigação
O projeto Comprova (grupo formado por especialistas e jornalistas de alguns dos principais veículos de informação) teve acesso ao documento original documento original. A votação aconteceu na cidade de Nagoia, no Japão – município 30.198 na documentação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Haddad obteve, na verdade, nove votos (“0009” na numeração do boletim).
Além disso, Boletins de Urna regulares não exibem nomes de candidatos que não receberam votos, ao contrário do que a imagem que circula nas redes sociais induz o internauta a supor, de acordo com o que informou o TSE ao Comprova.
Também é possível observar que a foto falsa que circula na internet e nas redes sociais exibe borrões nos números dos candidatos que não teriam recebido nenhum voto, como no caso do dígito zero mais à direita junto aos nomes dos candidatos Alckmin e Bolsonaro.
O tucano e o candidato do PSL, que está no segundo turno com Haddad, obtiveram, respectivamente 11 e 372 votos em Nagoia. O boletim de urna original mostra que, naquela seção, de 777 eleitores aptos a votar, 477 compareceram e 300 não compareceram – dados que conferem com os apresentados na imagem alterada.
Os números de “resumo de correspondência” e código de verificação” são os mesmos na imagem falsa e na verdadeira. O horário também corresponde nas duas imagens.
Além de circular em correntes de WhatsApp com o objetivo de deslegitimar a confiabilidade das urnas eletrônicas, a imagem falsa do boletim de votação também foi compartilhada no perfil oficial de Jair Bolsonaro no Instagram, por meio do recurso “Stories”, ferramenta em que fotos e vídeos desaparecem após 24 horas.