Terça-feira, 10 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 9 de junho de 2025
O Brasil não realiza seu potencial de crescimento por falta de reformas, afirmou Nouriel Roubini em entrevista.
“Há criação de emprego, geração de renda e crescimento sólido, embora de 2% a 3%”, disse. “Não é possível tirar as pessoas da pobreza no longo prazo com essas taxas.”
Para o economista, que previu a crise de 2008, o País vive uma situação mediana: “Não é boa o suficiente, mas não é uma crise. Há boa dinâmica de exportação, puxada pelo agro, o consumo está ok. Poderia melhorar no fiscal e nas reformas.”
Força do dólar e dos EUA
De “Dr. Doom” a “Dr. Boom”, a imagem de Roubini migrou para o completo oposto após prever que a produtividade gerada pela tecnologia e a força da economia dos Estados Unidos podem fazer o país superar o tarifaço do presidente Donald Trump.
O economista, porém, se enxerga como “Dr. Realista”, reforçando que a inteligência artificial (IA) e a Big Data serão as mais importantes tecnologias da humanidade, promovendo uma grande revolução global.
E é olhando para estas potencialidades da economia norte-americana que Roubini descarta a possibilidade de haver um substituto para o dólar como moeda de reserva e avaliou que, se houver um enfraquecimento da divisa americana, será algo limitado.
Ele ainda faz uma análise dura em relação a outras potências econômicas do globo: “A Europa é um museu, a China é uma prisão e o Japão é um asilo”, afirmou.
Roubini tampouco espera que uma moeda comum possa emergir dos Brics, um bloco formado, segundo ele, por economias mais heterogêneas do que parecem.
“Há autocracias, democracias, países com diferentes patamares de renda per capita, com economias mais manufatureiras, outras de serviços”, citou.
Dólar tem 3ª queda seguida
O dólar não conseguiu sustentar o sinal positivo visto na metade do pregão e emplacou o 3º recuo consecutivo nesta segunda-feira (9). A moeda caiu 0,14% e fechou a sessão cotada em R$ 5,5619, renovando o menor patamar desde outubro de 2024. O Ibovespa recuou 0,30%, aos 135.669 pontos.
O mercado reagiu mal às medidas anunciadas neste fim de semana pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para aumentar a arrecadação do governo e compensar a provável revogação do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). As informações são dos portais Estadão e CNN.