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Mundo Em julgamento por cumplicidade no assassinato de milhares de pessoas, um ex-vigia de campo de concentração pediu desculpas às vítimas do holocausto

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Ele é acusado de cumplicidade no homicídio de 5.230 pessoas no campo de concentração e extermínio de Stutthof. (Foto: Reprodução)

Um ex-guarda nazista julgado na Alemanha por sua participação no assassinato de milhares de pessoas encerrou uma audiência na segunda-feira (20) com um pedido de desculpas às vítimas do holocausto. O réu, que serviu de vigia num campo de concentração no Norte da Polônia no final da Segunda Guerra Mundial, deverá agora aguardar sua sentença, cujo pronunciamento está marcado para quinta-feira (23).

“Hoje eu gostaria de pedir desculpas àqueles que passaram por esse inferno de loucura e a seus parentes – algo assim jamais deve se repetir”, disse Bruno D., de 93 anos, perante o tribunal em Hamburgo.

Ele acrescentou ainda que jamais tivera a intenção de assumir tal cargo. “Gostaria de enfatizar mais uma vez que nunca teria me voluntariado para a SS [organização paramilitar ligada ao Partido Nazista] ou para qualquer outra unidade, muito menos para um campo de concentração”, afirmou.

Segundo a defesa, o réu só tomou conhecimento da verdadeira extensão das atrocidades cometidas no campo através do depoimento das testemunhas.

Bruno D. é acusado de cumplicidade no homicídio de 5.230 pessoas no campo de concentração e extermínio de Stutthof, nas proximidades da antiga Danzig (atualmente Gdansk). Ele serviu no local entre agosto de 1944 e abril de 1945.

Inicialmente destinado a prisioneiros políticos poloneses, o campo de concentração de Stutthof foi o primeiro a ser construído fora da Alemanha, no ano de 1939. No final da Segunda Guerra, o campo abrigava cerca de 115 mil deportados, muitos deles judeus, e 65 mil pessoas morreram no local.

Em sua defesa, o advogado Stefan Waterkamp salientou que seu cliente, então com 17 e 18 anos de idade, não teve escolha, dadas as circunstâncias da época. Ele afirmou que não é de se esperar que justamente um adolescente “dançasse fora da linha” num campo de concentração.

Ele afirmou também que o papel de Bruno D. não deve ser julgado pelos padrões de hoje, pois o serviço num campo de concentração estatal, de acordo com a visão predominante na época, não era “nenhum crime”.

Após a derrota do nazismo, Bruno D. passou um curto período num campo de prisioneiros e depois acabou por levar uma vida normal como padeiro. Ele se casou e teve duas filhas e chegou a complementar sua renda como motorista de caminhão e com outros serviços.

Durante décadas, a Justiça não abriu processos contra ele, pois ele não era considerado diretamente responsável por crimes de guerra. Em abril do ano passado, porém, o Ministério Público de Hamburgo registrou uma acusação formal, apoiada nos depoimentos dos parentes das vítimas, alguns dos quais agora compareceram ao julgamento.

Seu julgamento é considerado um dos últimos envolvendo crimes do nazismo. Outros casos semelhantes investigados nos últimos anos foram arquivados devido à incapacidade do réu de responder à Justiça por razões de idade ou saúde.

A defesa encerrou o turno das acusações pedindo a absolvição de Bruno D., com o argumento de que o fato de ter servido num campo nazista não implica cumplicidade nos crimes cometidos no local. O Ministério Público, por seu lado, pediu três anos de prisão.

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