Quarta-feira, 02 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 13 de novembro de 2020
Apesar de nove capitais brasileiras testemunharem um avanço de infecções por coronavírus, como mostrou o jornal O Globo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (13) que uma segunda onda da pandemia de coronavírus é uma “conversinha”.
O comentário foi feito durante conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada. Na ocasião, Bolsonaro fazia uma comparação do seu governo com administrações anteriores e disse que os ministérios estão funcionado, “apesar dessa pandemia”.
“Vocês vejam o que era antes, como eram os ministérios, tudo aparelhado no Brasil. Como estão funcionando (agora), apesar dessa pandemia que nos fez nos endividar em mais de 700 bilhões de reais. E agora tem conversinha de segunda onda. Tem que enfrentar se tiver, porque se quebrar de vez a economia, seremos um país de miseráveis. Só isso.”
O aumento de casos nas capitais foi registrado em levantamento do sistema InfoGripe, assinado pela Fiocruz, com base em registros do Ministério da Saúde. O mais recente boletim epidemiológico, referente a dados coletados até o último dia 31, mostrou que oito dos municípios mais ameaçados são das regiões Norte e Nordeste, justamente as primeiras em que o sistema de saúde entrou em colapso por conta da covid-19, entre abril e maio. A exceção é Florianópolis (SC).
País de “maricas”
Na terça-feira (10), durante evento no Palácio do Planalto, Bolsonaro reclamou que “tudo agora é pandemia” e que “tem que acabar esse negócio”. No mesmo discurso, disse que o Brasil precisa deixar de ser um “país de maricas”.
O presidente afirmou que “tudo agora é pandemia” e que “tem que acabar esse negócio”. Ele disse lamentar os mortos, mas ressaltou que “todos nós vamos morrer um dia”.
“Tudo agora é pandemia, tem que acabar com esse negócio. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas. Olha que prato cheio para imprensa. Prato cheio para a urubuzada que está ali atrás. Temos que enfrentar (de) peito aberto, lutar. Que geração é essa nossa? A geração minha, do Milton (Ribeiro, ministro da Educação), (é) diferente, 60 anos de idade. A geração hoje em dia é Toddynho, Nutella, Zap. É uma realidade”, disse Bolsonaro, durante evento no Palácio do Planalto.
A declaração foi dada depois de o presidente ter comemorado em uma rede social um “evento adverso grave”, que fez com que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) interrompesse o estudo clínico da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan e pelo laboratório chinês Sinovac Biotech.
O estudo já foi retomado.