Sexta-feira, 22 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 9 de janeiro de 2023
Os chefes do Executivo, Legislativo e Judiciário se reuniram no Palácio do Planalto, na manhã desta segunda-feira
Foto: ReproduçãoOs chefes dos Três Poderes divulgaram uma nota conjunta, na manhã desta segunda-feira (9), afirmando que estão unidos para tomar “providências institucionais” contra os responsáveis pela invasão e depredação do Supremo Tribunal Federal, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, neste domingo (8).
O texto, batizado de “Nota em defesa da democracia”, foi assinado pelos presidentes da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT); do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber; da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP); e do Senado em exercício, Veneziano Vital (MDB).
Eles se reuniram no gabinete de Lula, no terceiro andar do Palácio do Planalto. O gabinete não chegou a ser invadido pelos apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Veja o texto da nota:
“Os poderes da República, defensores da democracia e da Carta Constitucional de 1988, rejeitam os atos terroristas, de vandalismo, criminosos e golpistas que aconteceram na tarde de ontem (domingo) em Brasília.
Estamos unidos para que as providências institucionais sejam tomadas, nos termos das leis brasileiras”, diz a nota.
“Conclamamos a sociedade a manter a serenidade, em defesa da paz e da democracia em nossa pátria.
“O País precisa de normalidade, respeito e trabalho para o progresso e justiça social da nação”.
Barbárie
Um grupo de manifestantes bolsonaristas invadiu na tarde do domingo (8) o prédio do Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto e promoveu um quebra-quebra nos locais. O plenário do STF foi destruído pelos terroristas, que não se conformam com a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais de 2022 e pedem um golpe militar no Brasil.
Depois da invasão ao Congresso, os manifestantes avançaram para a Praça dos Três Poderes, onde houve confronto. A Polícia Militar utilizou bombas de efeito moral e balas de borracha contra os manifestantes terroristas, que revidaram com rojões.
O presidente Lula decretou intervenção na segurança pública do DF por causa dos atos não reprimidos em Brasília. O decreto foi lido por ele em um pronunciamento em que condenou a atuação dos vândalos.
O acampamento bolsonarista no Distrito Federal está sendo desocupado nesta segunda-feira. Segundo o Ministério da Justiça, 1,2 mil pessoas foram presas e conduzidas à Polícia Federal.
Na noite de domingo (8/1), o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que cerca de 40 ônibus que levaram os bolsonaristas ao DF foram apreendidos e que os financiadores dos veículos já foram identificados.
Segundo o ministro, sua pasta vai atuar a partir de quatro prioridades: restabelecer a ordem pública; prender em flagrante os envolvidos; apreender ônibus; e identificar todos os financiadores.
De acordo com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, 12 jornalistas foram agredidos durante os atos de domingo.
Na madrugada desta segunda, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, deu 24 horas para a polícia desocupar os acampamentos. Ele também afastou o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), do cargo por causa da falta de repressão aos manifestantes.
Exército e Polícia Militar começaram a cumprir a ordem pela manhã. Cerca de 40 ônibus levaram os bolsonaristas para a superintendência da Polícia Federal. Parte dos extremistas fugiu quando o cerco começou. Outros observaram e pediram para permanecer nas intermediações dos quartéis. Um homem foi retirado algemado depois de resistir.