Terça-feira, 08 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 11 de dezembro de 2020
O transporte terrestre representa cerca de um quinto das emissões de dióxido de carbono
Foto: Agência BrasilA pandemia de coronavírus confinou populações, reduziu viagens e quase paralisou a economia mundial, levando o planeta a diminuir as emissões de CO² (dióxido de carbono) em 7% neste ano, a maior queda já registrada, segundo dados preliminares de um grupo de cientistas.
O Projeto Carbono Global, formado por dezenas de cientistas internacionais, calculou que o mundo terá lançado 34 bilhões de toneladas de CO² na atmosfera em 2020, contra 36,4 bilhões em 2019, segundo estudo publicado na revista Earth System Science Data.
De acordo com os pesquisadores, a histórica redução deve-se sobretudo ao fato de as pessoas terem ficado em casa, viajando menos de carro e de avião. O transporte terrestre representa cerca de um quinto das emissões de dióxido de carbono, provenientes da combustão de combustíveis fósseis, principais responsáveis pelo aquecimento global que dá origem a alterações climáticas.
Os cientistas alertaram, no entanto, que as emissões de gases poluentes voltarão a aumentar após o fim da pandemia. “Claro que o confinamento não é, de maneira nenhuma, a melhor forma de combater as alterações climáticas”, disse Corinne LeQuere, cientista climática da Universidade de East Anglia e coautora do estudo.
O grupo de cientistas tinha previsto quedas nas emissões de 4% a 7% neste ano, dependendo da progressão da pandemia de Covid-19. O surgimento de novos casos da doença e as reduções contínuas nas viagens levaram a diminuição a atingir os 7%, explicou LeQuere.
As emissões diminuíram 12% nos Estados Unidos e 11% na Europa, mas apenas 1,7% na China. Apesar da redução sem precedentes das emissões de CO² em 2020, o mundo colocou em média 1.075 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera a cada segundo.