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Rio Grande do Sul Emocionado, ex-operador de áudio diz que errou ao bloquear o som no início das chamas na Boate Kiss

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Venâncio da Silva Anschau era operador de áudio da Banda Gurizada Fandangueira

Foto: Juliano Verardi/TJ-RS
Venâncio da Silva Anschau era operador de áudio da Banda Gurizada Fandangueira. (Foto: Juliano Verardi/TJ-RS)

Venâncio da Silva Anschau, 40 anos, era operador de áudio da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava quando ocorreu a tragédia na Boate Kiss, em Santa Maria. Atualmente servidor público, ele foi a primeira testemunha ouvida nesta terça-feira (07), sétimo dia do julgamento do caso em Porto Alegre.

O ex-colaborador do grupo musical foi arrolado pela defesa do vocalista Marcelo de Jesus dos Santos. Segundo ele, a banda já havia se apresentado na boate fazendo o uso de artefatos pirotécnicos. Venâncio também afirmou que desabilitou o áudio no momento em que viu uma pessoa subindo no palco, por não saber do que se tratava. “Errei ao bloquear o som”, afirmou, chorando. Isso pode ter impedido o cantor de avisar ao público sobre o início das chamas.

A Banda Gurizada Fandangueira, nos seus primeiros anos, só se apresentava em CTGs. Era frequente o uso dos fogos de artifício, e isso era considerado comum, segundo o relato. Venâncio disse que, até onde sabia, só era feito uso de fogo frio. Danilo Jaques (gaiteiro que faleceu no incêndio) era o líder e quem realizava as negociações. Luciano Bonilha Leão era encarregado da produção, inclusive, da compra dos artefatos. “Era um rapaz que, tranquilamente, era um freelancer”, afirmou, referindo-se ao vínculo do produtor musical com a banda. Luciano trabalhava na empresa de sonorização de Danilo e, posteriormente, o gaiteiro o convidou para participar da Gurizada Fandangueira.

Segundo Venâncio, houve uma reformulação na banda, que passou a tocar também em clubes e boates. Ele contou que, em uma conversa de Danilo com Elissandro Callegaro Spohr, o sócio da Kiss sugeriu ao músico a troca de nome do grupo, redução no número de integrantes e mais uso de pirotecnia, como forma de tornar o trabalho mais atrativo.

Sobre as reformas realizadas na casa noturna, ele disse que percebeu uma elevação na pista, mas não viu obras em execução. Informou que sabia que Mauro Londero Hoffmann era sócio da Kiss, mas nunca se cruzaram. No que se refere ao uso de espuma, o ex-operador de áudio afirmou que eram “raros os estabelecimentos que não a aplicavam”.

Na noite do incêndio, a banda subiu ao palco por volta das 2h30min. Venâncio estava na mesa de som no momento em que foram acionados os fogos de artifício. Os artefatos ficavam nas laterais do chão do palco. Ele não percebeu o momento em que o fogo começou. “De repente, a banda parou de tocar”, revelou. O sonorizador viu os integrantes do grupo com garrafas de água.

Ele disse que desabilitou o som no momento em que viu uma pessoa subir no palco, por não saber, até então, o que estava acontecendo. Posteriormente, viu que o rapaz tentava usar um extintor de incêndio. E aí, Venâncio percebeu um princípio de fogo. “Depois, já na delegacia, perguntei a Marcelo [que também havia tentado usar o equipamento] o que aconteceu e ele disse que não sabia, que batia nele e não saía nada”, declarou o ex-operador.

No microfone, não foi feito nenhum anúncio ao público do que ocorria: “Eu não sabia o que estava acontecendo. Errei ao bloquear o som”, disse a testemunha, chorando neste momento. A acusação confrontou essa afirmação da testemunha, citando trechos de depoimentos de pessoas que estavam no local naquele momento, que indicam que ninguém fez menção de avisar ao público ou mesmo que teriam ouvido o som aberto.

Na fuga, Venâncio disse a pessoas próximas para saírem do local e informou para um dos segurança: “Está abrindo fogo lá atrás”. A testemunha afirmou que, na saída da boate, encontrou Kiko “transtornado”. Venâncio ficou hospitalizado por exposição à fumaça.

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