Sábado, 20 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil A empresa responsável pelo navio grego negou envolvimento com as manchas de óleo no Nordeste, dizendo que não há provas

Compartilhe esta notícia:

Embarcação foi apontada pela Polícia Federal como a principal suspeita de ter derramado material no litoral brasileiro. (Foto: Divulgação)

O navio grego Bouboulina , principal suspeito do vazamento de óleo no Nordeste brasileiro, chegou ao seu destino “sem registrar nenhum escape”, afirmou a empresa responsável pela embarcação.

“O navio chegou em seu destino sem ter problemas e descarregou toda sua carga sem registrar nenhum escape”, afirmou a Delta Tankers LTD em comunicado. “Não há nenhuma prova de que o barco parou, realizou nenhum tipo de operação STS (‘ship to ship’, transferência de combustível de barco para barco), sofrera algum escape, freara ou desviara de sua rota, da Venezuela até Melaka, na Malásia”, informou a empresa.

A Delta Tankers, que tem sede em Atenas, na Grécia, assegurou ter levado a cabo “uma investigação a fundo do material proveniente das câmeras e sensores que todos (nossos) navios são equipados como parte de (nossa) política de segurança e respeito ao meio ambiente”. A empresa detalhou que o Bouboulina zarpou da Venezuela com sua carga no dia 19 de julho, “dirigiu-se diretamente, sem nenhuma parada em qualquer outra parte, até Melaka, na Malásia, onde descarregou sua carga total sem nenhuma perda”.

As autoridades gregas haviam explicado à AFP anteriormente que o navio era um dos cinco suspeitos de serem os responsáveis pela enorme mancha negra que apareceu ao longo de mais de 2.000 quilômetros da costa nordestina do Brasil desde fim de agosto. Um porta-voz do serviço costeiro grego, que tem competências em matéria de navegação comercial, explicou à AFP que “a investigação levada a cabo no Brasil demonstrou que cinco barcos, de outros países, são suspeitos, inclusive um grego”.

Óleo derramado

O petroleiro grego Bouboulina, suspeito de derramar o óleo que causou um desastre ambiental nas praias do Nordeste, carregou 1 milhão de barris do petróleo cru tipo Merey 16 no Porto de José, na Venezuela, em 15 de julho. A embarcação passou pelo litoral da Paraíba no final do mesmo mês.

O óleo Merey 16 é uma mistura de petróleo cru extrapesado extraído do Cinturão do Orinoco – território ao sul do rio Orinoco, na Venezuela, que cobre os maiores depósitos de petróleo do mundo – com vários diluentes. Segundo especialistas, o óleo do tipo extrapesado é o mais prejudicial ao meio ambiente.

Esse tipo de óleo é o mais produzido pela Venezuela e corresponde a uma parcela cada vez maior da produção da companhia estatal de petróleo do país, a PDVSA. Estima-se que, em junho de 2019, esta categoria representou 822 mil barris por dia da produção total da PDVSA, que foi de 900 mil barris por dia naquele mês. No início do ano a produção de Merey era de cerca de 500 mil barris por dia, segundo a agência de notícias Reuters.

Diante das sanções dos Estados Unidos, a estatal passou a produzir cada vez mais óleo Merey. Isso porque os óleos sintéticos priorizados anteriormente eram destinados majoritariamente aos Estados Unidos, que agora não compram mais óleo da Venezuela. Por isso, diversas instalações da PDVSA foram adaptadas para a produção de óleo Merey nos últimos meses.

O petróleo cru que apareceu na costa brasileira é denso e pesado, o que faz com que ele se comporte de maneira diferente da que ocorre na maioria dos vazamentos, segundo os pesquisadores.

“Grande parte dos vazamentos de petróleo em mar são de óleo leve, que formam uma fina camada translúcida e iridescente que se espalha na superfície dos oceanos, uma vez que este tipo de óleo é menos denso que a água”, explica Clarissa Lovato Melo, geóloga e coordenadora de pesquisa do Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) da PUC-RS. “Entretanto, óleos extra-pesados formam plumas de contaminação mais densas que a água e que, portanto, submergem logo após o vazamento, não sendo aparentes superficialmente.”

tags: Brasil

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Bolsonaro comprou uma motocicleta e foi buscá-la em uma concessionária em Brasília
A multa por derramamento de óleo no Nordeste pode chegar a 50 milhões de reais
https://www.osul.com.br/empresa-grega-nega-vazamento-de-navio-suspeito-pelo-oleo-que-atinge-o-nordeste/ A empresa responsável pelo navio grego negou envolvimento com as manchas de óleo no Nordeste, dizendo que não há provas 2019-11-02
Deixe seu comentário
Pode te interessar