Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de novembro de 2019
Sede da empresa proprietária do navio Bouboulina, suspeito de derramar o óleo que atinge as praias do Nordeste, a Grécia é líder global no mercado de navegação comercial, com a maior frota do mundo em termos de capacidade de transporte, mas não nutre boa fama.
A Delta Tankers, proprietária do navio sob suspeita, não tem bom histórico. Em 2016, um navio da empresa provocou um acidente na Rússia. Houve colisão no porto de Primorsk, na região de São Petesburgo. O prejuízo foi de US$ 27 milhões (R$ 107 milhões).
O próprio Boubolina já havia ganhado o noticiário internacional por ter sido atacado por piratas em julho de 2016, próximo ao litoral da Nigéria. Depois disso, seguiu sua rota e, entre os dias 20 e 27 de julho, atracou em portos brasileiros em São Francisco do Sul (SC), São Sebastião (SP) e Angra dos Reis (RJ).
A ligação da Grécia com o setor de navegação tem personagens polêmicos, como magnata Aristóteles Onassis, morto em 1975, e denúncias de corrupção, como o caso investigado pela Lava-Jato envolvendo propina paga a armadores gregos pela diretoria de Abastecimento da Petrobras em governos petistas.
O advogado e professor de direito marítimo portuário Rodrigo Luiz Zanethi diz que os navios gregos não são conhecidos por serem bem cuidados. “Como eles transportam a granel, o frete é mais baixo e as empresas gastam pouco com a conservação do navio para dar lucro”, declarou.