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Política Entenda o que levou o Ministério Público do Rio a pedir a prisão de Fabrício Queiroz

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Wassef já defende o ex-presidente em diversas ações. (Foto: Reprodução de TV)

O policial militar aposentado e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) Fabrício Queiroz foi preso no início da manhã de 18 de junho em uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo. Ele estava em uma casa em Atibaia, interior do Estado. O imóvel pertence a um advogado da família Bolsonaro.

A prisão foi solicitada pelo Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MPRJ) e autorizada pela Justiça fluminense. Queiroz é investigado por participação em esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), onde Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ocupou cadeira parlamentar antes de ser eleito senador.

Ao autorizar a prisão do ex-assessor, o juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal, apontou repasses de ex-assessores para conta de Queiroz no valor de R$ 2.039.656,52 e saques na conta do investigado que totalizam quase R$ 3 milhões. Ele é apontado como operador do esquema de “rachadinha”, no qual funcionários de Flávio na Alerj devolviam parte do salário, e o dinheiro era lavado por meio de uma loja de chocolates e aplicado em imóveis.

O ex-assessor de Flávio Bolsonaro foi preso quando estava em um imóvel em Atibaia, no interior paulista, que pertence ao advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef. O caseiro da propriedade informou a investigadores que o homem estava no local havia cerca de um ano. Wassef, no entanto, vinha afirmando em entrevistas não saber do paradeiro de Queiroz. Como a autorização para a prisão preventiva – antes de julgamento e sem prazo para acabar – partiu da Justiça do Rio de Janeiro, Queiroz precisou ser levado para ficar preso no Estado.

Wassef conheceu o presidente Jair Bolsonaro em 2014. Desde então, foi se aproximando da família e participou dos bastidores da campanha presidencial, em 2018. Ele tem sido frequentemente escalado para fazer a defesa do presidente em entrevistas à imprensa sobre assuntos jurídicos. Também atuou no caso da facada que Bolsonaro levou em Juiz de Fora (MG) e do porteiro do condomínio da Barra da Tijuca, quando Bolsonaro foi citado no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco. Na defesa de Flávio Bolsonaro, Wassef atua no caso da “rachadinha”.

A defesa de Queiroz e o senador Flávio Bolsonaro não informaram o motivo de Queiroz estar na casa do advogado da família do presidente da República. Jair Bolsonaro informou, em transmissão pela internet, que ele estava lá porque é o imóvel é perto do hospital onde ele fazia tratamento de câncer.

Para a Justiça, Queiroz operou o esquema de “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro quando ele foi deputado estadual do Rio de Janeiro. As investigações ocorriam havia mais de um ano, mas Queiroz não era considerado foragido porque não havia mandado de prisão contra ele. O paradeiro do ex-assessor do filho do presidente, no entanto, era desconhecido.

Para autorizar a prisão de Queiroz, além de o juiz ter citado suposta “influência [de Queiroz] sobre milicianos” do Rio, mencionou que ele teria “influência política” para “pleitear nomeações em cargos comissionados”.

A Justiça considerou que ele poderia ameaçar testemunhas e outros investigados e tentar dificultar a apuração dos fatos. Também apontou que o ex-assessor orientou testemunhas a não comparecer a depoimento no Ministério Público Estadual sobre o esquema da “rachadinha”.

O advogado Paulo Emílio Catta Preta assumiu a defesa de Queiroz no dia em que ele foi preso e disse ter conversado por cerca de 20 minutos com seu cliente no Presídio do Benfica, no Rio. Um dia após a prisão, Catta Pretta entrou com pedido de prisão domiciliar sob a justificativa de risco de agravamento da saúde de seu cliente.

O senador Flávio Bolsonaro disse que “encara com tranquilidade” a operação que prendeu Queiroz. Na visão dele, a prisão é uma tentativa de “atacar” o presidente Jair Bolsonaro.

Em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, o presidente Bolsonaro disse que Fabrício Queiroz não estava foragido e que a prisão dele foi “espetaculosa”. No mesmo dia, à noite, o presidente disse que o ex-assessor de seu filho estava na casa do advogado da família por ser perto do hospital em que Queiroz fazia tratamento de saúde.

Apesar da fala do presidente de que Queiroz estava em Atibaia por ser próximo do local onde ele fazia tratamento de câncer, não há evidência sobre isso. Investigadores do caso não identificaram deslocamento constante de Queiroz para hospitais no período em que ele estava na casa.

O hospital de Atibaia onde Queiroz fez consultas e exames laboratoriais de janeiro a maio deste ano informou que o ex-assessor não fazia tratamento contínuo na instituição.

Mesmo afirmando estar muito doente, o pedido de prisão de Queiroz tem fotografias e mensagens de texto anexadas que mostram um pouco da rotina do ex-assessor de Flávio Bolsonaro. Em uma das imagens, tirada no dia 8 de dezembro, ele aparece bebendo cerveja e preparando um churrasco.

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