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Mundo Entenda por que o sistema hospitalar e os necrotérios entraram em colapso no Equador

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Ausência de monitoramento dos casos, falta de testes, demora na tomada de decisões e violações da quarentena amplificaram tragédia no país

Foto: Reprodução
Ausência de monitoramento dos casos, falta de testes, demora na tomada de decisões e violações da quarentena amplificaram tragédia no país. (Foto: Reprodução)

O pesadelo em Guayaquil, que se tornou o epicentro da pandemia do coronavírus no Equador, está longe de terminar. Além da prevista sobrecarga hospitalar, o país enfrentou o colapso no sistema funerário, incapaz de recolher 800 corpos de pessoas que morreram em suas casas durante o toque recolher de 15 horas diárias. Sem autópsia, os mortos eram considerados suspeitos da Covid-19.

As imagens de cadáveres em estado de putrefação amplificaram o sentido de catástrofe na capital da província de Guayas, que detém 72% dos casos do país. Até agora, o novo coronavírus fez 7.600 doentes e 369 mortos. Entre os infectados, há 1.600 profissionais de saúde.

O chefe da Força-Tarefa do Coronavírus, Jorge Wated, estima, no entanto, que a pandemia matará entre 2.500 e 3.500 pessoas somente em Guayaquil, o principal centro comercial do Equador.

O país entra na sua quinta semana de quarentena. Os epidemiologistas recomendaram que a ordem de permanecer em casa dure 11 semanas, antes da sua flexibilização. A quarentena chocou-se rapidamente com a realidade social de Guayaquil, que tem uma taxa de pobreza estimada em 11,2%.

Seis em cada dez pessoas dependem do mercado informal, o que explica as frequentes violações do isolamento social, que, por sua vez, multiplicaram o número de casos e sacrificaram hospitais e necrotérios.

“O cerco epidemiológico foi rompido porque as autoridades não tomaram as precauções necessárias para antecipar-se ao comportamento do vírus”, analisa o epidemiologista Daniel Simancas.

Casos importados da Europa não foram notificados ou monitorados. A ausência de testes para diagnóstico da Covid-19 é explicada pela crise no setor da saúde, com cortes de recursos e demissões de 2.600 funcionários nos últimos três anos. Parte deles teve de ser recontratada às pressas depois que a pandemia se transformou em tragédia.

Com apenas 17,5 milhões de habitantes, o Equador será a segunda economia mais devastada pela pandemia do novo coronavírus na América do Sul, de acordo com a previsão do Fundo Monetário Internacional.

Diante da situação, o presidente Lenín Moreno anunciou que reduzirá seu salário de US$ 5 mil pela metade, assim como os do vice-presidente, de ministros, vice-ministros e membros da Assembleia Nacional, mas não especificou como o plano será executado.

O governo decretou também um pacote de medidas que incluem a liberação de 460 milhões de dólares para a compra de equipamentos hospitalares, o bônus de 60 dólares a 1 milhão de famílias de baixa renda e a redução de impostos para pequenas e médias empresas durante seis meses.

A dívida externa começou a ser renegociada, e o Equador receberá até maio, quando a pandemia atingirá o pico, o equivalente a US$ 3 bilhões do FMI (Fundo Monetário Internacional), do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Enquanto a identificação de corpos é realizada, com ajuda de militares e policiais, autoridades sanitárias instituíram um sistema de alerta em todo o país. Até domingo a cor será vermelha, ou seja, estarão mantidas todas as restrições em vigor. Depois disso, as medidas poderão ser flexibilizadas, de acordo com o número de casos de cada região.

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