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Armando Burd Entre terremotos e vulcões

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O Ministério Público Federal pediu ao juiz Sérgio Moro a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelos crimes de corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro.(Foto: Agência Brasil)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

O Brasil, felizmente, não é atingido por terremotos, fenômeno da natureza causado pelo deslocamento e choque de placas tectônicas em regiões profundas. Os abalos sísmicos em nosso País ocorrem na superfície, provocados por desarranjos na condução ética de políticos. Eles vêm em série:

  1. O ex-deputado federal Rodrigo Loures foi preso ontem. O ex-assessor do presidente Michel Temer avalia, numa cela de 9 metros quadrados, se fará delação premiada.
  2. O Ministério Público Federal pediu sexta-feira à noite ao juiz Sérgio Moro a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de outros seis réus pelos crimes de corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro.
  3. A Procuradoria denunciou Aécio Neves sob acusação de corrupção passiva.
  4. O presidente Michel Temer foi duas vezes a São Paulo em 24 horas.

Os acontecimentos revelam que, além dos abalos sísmicos, o Brasil é o País dos vulcões com lavas que saltam de crateras e voam quilômetros.

Inadiável

Paga-se agora o preço pela não realização da propalada reforma política. O excesso de partidos, as coligações absurdas com nanicos, os balcões de negociações e o vale-tudo para formação de maiorias levaram o País a uma situação insustentável. A corrupção avançou e está na raiz das crises que atrapalham o crescimento econômico e a retomada dos empregos.
Torna-se inadiável um compromisso dos que exercem cargos públicos diferente do praticado hoje.

Grande defensor

Raul Pilla nasceu em 1892 e viveu até 1973. Portoalegrense, foi médico, jornalista, professor, modelo de ética na política e o maior defensor do parlamentarismo no País. Sobre a forma de governo resumiu:

“A grande justificação doutrinária do sistema parlamentar é que o povo não é, com o regime parlamentar de governo, o soberano de um dia, o dia da eleição. O povo é, verdadeiramente, o soberano e senhor dos seus destinos porque, por intermédio de seus representantes, a sua influência está continuamente sendo exercida no governo.”

Para evitar crises

No momento em que o núcleo do poder está envolvido em denúncias, a possibilidade da adoção do parlamentarismo volta a ser cogitada. Em caso de crise, a troca do primeiro-ministro ocorre sem traumas. No presidencialismo, o prazo do mandato vira um obstáculo.

Ainda é cedo

A expressão “saída da recessão”, usada pelo presidente Temer e o ministro Henrique Meirelles, ainda não foi bem absorvida pela maioria dos empresários que se assustam como os solavancos da política.
Há 25 anos

A 4 de junho de 1992, empresários exigiram imunidade criminal e tributária para apresentar supostas provas contra Paulo César Farias, tesoureiro da campanha de Fernando Collor. Eles não estavam dispostos a testemunhar sem anistia no inquérito que apurava denúncias de Pedro Collor. Temiam acabar no banco dos réus como coautores de crime de corrupção ativa.
Os empresários queriam a proteção da lei de delação premiada, que só surgiu em agosto de 2013, sancionada pela presidente Dilma Rousseff. A partir de então, passou a prever o perdão judicial, a redução em dois terços da pena privativa de liberdade ou a substituição da prisão por medida alternativa.

O projeto foi defendido pelo PT com insistência no Congresso Nacional.

Lançador da boia salva vida

Em 1992, quando a crise do governo Collor estava no auge, o presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati, participou de encontros com outros partidos. Sua tese era de que “não podemos deixar que ocorra vazio do poder.” Agora, no mesmo cargo, repete a frase em relação ao governo Temer.

Porteira aberta

A lógica de corruptos e corruptores nasceu do princípio inadmissível de que, se não há limites, faz-se de tudo.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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