Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de maio de 2025
Segundo as investigações, o plano foi arquitetado na plataforma digital Discord, aplicativo popular entre jovens.
Foto: ReproduçãoA Polícia Civil impediu um ataque a bomba que seria realizado no show da Lady Gaga na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, no sábado. Segundo as investigações, o plano foi arquitetado na plataforma digital Discord, aplicativo popular entre jovens para conversas e transmissões ao vivo de games. Especialistas alertam para os riscos envolvendo o uso de ferramentas do tipo e como os pais e familiares podem agir para prevenir que seus filhos entrem em comunidades virtuais que incentivem a prática de crimes.
De acordo com o especialista em neurociência e comunicação William Borghetti, crianças e adolescentes que entram em grupos com conteúdos tóxicos buscam a sensação de pertencimento e estão mais propensos a se colocarem em risco pelo cérebro ainda estar em desenvolvimento.
“Do ponto de vista da neurociência, os cérebros da criança e do adolescente estão passando por uma fase de busca intensa por pertencimento e validação social. Isso significa que eles estão muito mais abertos a grupos que dão a eles algum tipo de identidade, mesmo que tenham algum conteúdo de ódio ou comportamento perigoso. O córtex pré-frontal, essa parte do cérebro que cuida de avaliar riscos e consequências, ainda está em desenvolvimento. O impulso de se sentir parte de algo fala mais rápido que o senso crítico. Qualquer comunidade que acolhe, dá voz ou oferece aqueles desafios ‘proibidos’ se torna muito atraente. Por isso, o risco não está só no conteúdo, mas na necessidade emocional que esse grupo preenche”, disse.
Segundo as investigações, que tiveram início na segunda-feira anterior ao show, o objetivo dos suspeitos era atrair alvos para uma espécie de desafio coletivo a fim de gerar notoriedade para os envolvidos. Embora artefatos explosivos não tenham sido apreendidos nas diligências, era evidente a intenção de levar bombas ao show, principalmente para ataque a pessoas do público LGBTQIA+, asseguraram as autoridades.
As autoridades enfatizaram que bombas não foram encontradas, até porque poderiam ser fabricadas de maneira caseira, mas que celulares e computadores apreendidos ajudarão no desdobramento da ação, que nesta primeira etapa, nos estados de Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, teve um total de nove alvos. (com O Dia)