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Brasil Está na hora de rever o Mercosul, disse a ministra da Agricultura de Bolsonaro

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A futura ministra da Agricultura, deputada federal Tereza Cristina. (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)

Indicada pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro , para ficar à frente do Ministério da Agricultura a partir de janeiro, a deputada Tereza Cristina disse ao jornal O Globo que o Brasil precisa rever os acordos estabelecidos pelo Mercosul, especialmente nas negociações envolvendo produtos da agropecuária. Ela disse que o País deve deixar o bloco, caso as condições continuem desvantajosas, e defendeu o aprofundamento das relações comerciais com a China. Na sede da Frente Parlamentar Agropecuária, da qual é presidente, ela pontuou que novas áreas podem ser desmatadas, especialmente no chamado Matopiba (nova fronteira agrícola entre o Maranhão, o Tocantins, o Piauí e a Bahia), desde que o código florestal seja respeitado.

1. Como será sua convivência com o Ministério do Meio Ambiente?

É uma área que a gente tem que desmistificar. Nós temos um código florestal que é uma joia da coroa e, às vezes, queremos legislar contra ele. Isso não pode. Se o Ministério do Meio Ambiente assumir o código florestal votado pelo Congresso e referendado pelo Supremo, não haverá problema nenhum.

2. É preciso desmatar novas áreas para ampliar a produção agropecuária?

Eu acho que tem algumas novas fronteiras em que talvez precise, mas dentro do código florestal. Temos lá o Matopiba começando, e é uma nova fronteira. Quando está no código que em determinados biomas você pode utilizar 80% (do terreno), em outros 50% e em outros 20%, por que tem que impedir essa pessoa chegando agora nessas fronteiras agrícolas? Custa muito caro desmatar. Ela vai precisar usar tecnologia, ver se dá resultado e cumprir todos os requisitos do código e as licenças pedidas. Hoje, quem for abrir áreas novas tem que ser dentro da legalidade.

3. Há excesso de multas ambientais?

Eu acho. Fico com muita pena, principalmente, dos pequenos. Porque o grande produtor, quando faz, ou ele faz certo, ou ele não faz porque não quer fazer. Mas o pequeno, às vezes, não tem noção. Tem um assentamento com produtores de 15, 20 hectares, que estavam recebendo multas de R$ 14 mil, R$ 15 mil. Eles não conseguem pagar isso. Por quê? Eles não têm noção de que para arrancar uma árvore esparsa é preciso requerer alguma licença. Antes de você ir ao campo e multar, é preciso explicar o que está acontecendo, dar uma notificação e, se depois ele incorrer de novo, haverá uma infração. Há abusos e excessos. Tem muitas multas descabidas.

4. Que mercados internacionais são prioritários?

A China, hoje, é um grande mercado. Vai colocar, nos próximos anos, 300 milhões de pessoas na classe média, o correspondente a um Brasil e meio. Essas pessoas passam a ganhar mais e consomem mais proteína animal, adicionam carne à sua alimentação. Também tem a Indonésia, com 320 milhões de pessoas, a Índia, que tem uma agricultura familiar fortíssima, mas que também tem poluição e outros problemas. Uma hora dessas eles também vão precisar. O Irã, hoje, é o quarto ou quinto país que mais importa do Brasil. Mesmo com todas as sanções, importa mais de R$ 2 bilhões e ainda entra muita coisa pela Arábia Saudita, o que leva a crer que a balança comercial do Brasil com o Irã pode ter um superávit acima de R$ 4 bilhões.

5. A senhora pretende pedir ao presidente eleito para não fazer a transferência da embaixada em Israel?

O diálogo é válido para tudo. O futuro embaixador (Ernesto Araújo) conhece isso, pois deve ter os números de nossa balança comercial com o mundo árabe, o mundo muçulmano, e pode mostrar quanto custa isso. Mas, se a questão da embaixada é o ponto focal do presidente, teremos de pensar em como fazer isso sem causar estrago. Vamos apresentar os números, e a decisão final é do presidente.

6. O Brasil deve permanecer no Acordo de Paris?

Sou a favor. O Brasil cumpre quase tudo do Acordo de Paris.

7. E qual a sua visão sobre o Mercosul?

O Mercosul, para o Brasil, é desigual, principalmente para os produtos da agropecuária. Estamos com problemas por causa do leite, que entra no País e causa prejuízos, principalmente, para os pequenos produtores. Tem também o problema do arroz, que é seríssimo. O mundo hoje é muito rápido e dinâmico. Está na hora de sentar e rever o Mercosul. Sem deixar o protagonismo do Brasil e sem deixar de ter esse relacionamento com os nossos vizinhos, mas fazendo um acordo, talvez, mais moderno e melhor.

8. Mudar o quê? Alíquotas dentro do bloco, por exemplo?

Com certeza. A gente precisa sentar e ver os interesses. Ou o Brasil tenta fortalecer o Mercosul e dizer o que quer, ou então ele sai, num caso extremo. Mas não deve continuar como está. É desvantajoso para nós.

tags: Brasil

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https://www.osul.com.br/esta-na-hora-de-rever-o-mercosul-disse-a-ministra-da-agricultura-de-bolsonaro/ Está na hora de rever o Mercosul, disse a ministra da Agricultura de Bolsonaro 2018-11-21
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