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Cinema ESTREIA -“Na Próxima, Acerto no Coração” faz retrato tenso de assassino serial francês

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Filme é protagonizado pelo ator francês Guillaume Canet. (Foto: Reprodução)

Talvez seja possível estabelecer uma espécie de dialética na figura central do filme policial francês “Na Próxima, Acerto no Coração”, que já parte desse excelente título. Franck Neuhart (Guillaume Canet) é um assassino serial que mata moças jovens e bonitas e aterroriza a região de Oise, na França, no fim dos anos  1970. Ele também faz parte da equipe que investiga o caso. Enfim, ele é o mocinho e o bandido ao mesmo tempo, o que lhe dá uma vantagem imensa.

Mas, não é em vão lembrar, ele é humano, o que o transforma numa criatura capaz de cometer erros, especialmente pelo seu excesso de autoconfiança. Roteirizado por Cédric Anger – a partir do livro de Yvan Stefanovitch – “Na Próxima…” é um estudo de personagem e do mal enraizado que o transforma num gênio do crime.

Primeiro, somos apresentados ao criminoso, numa cena que, sem pressa, estabelece o clima do filme – aquele em que pouco se diz, mas muito se mostra. Depois de atirar numa moça de dentro do carro, vemos Neuhart chegar em casa, tomar um banho e, mais tarde, vestir o uniforme, para sua ronda noturna.

Apesar da opção da narrativa do ponto de vista do assassino/investigador, o filme jamais cai na armadilha de explicações psicologizantes baratas. Anger se atém a fatos, àquilo que se sabe foi cometido pelo personagem. É um registro realista, em tons sóbrios, que jamais abandona seu protagonista. Ele está em todas as cenas, por isso, como ele, somos surpreendidos quando a ação foge de seu controle.

Isso começa quando uma parte da corporação começa a desconfiar de que o assassino seja um deles – especialmente pelo teor e tom das cartas que ele mesmo envia para os investigadores. Seria um grande escândalo público, por isso, superiores negam-se a aceitar essa hipótese – para sorte de Neuhart. Ao mesmo tempo, ele tenta se envolver com sua faxineira, a jovem Sophie (Ana Girardot), uma garota, por si só, cheia de problemas, que não precisaria atrair mais um para sua vida.

Para o protagonista, o romance seria sua única chance de provar a si mesmo que não é o monstro que ele próprio sabe que é. Anger parece inspirar-se nos policiais dos anos 1970 para criar o clima e a direção de seu filme. Mas sua contenção e sobriedade rementem também ao recente “Zodíaco” (2007), um longa de temática bem parecida, dirigido por David Fincher.

A violência é bruta, tanto que choca e assusta, de tão inesperada. Por mais que se conheça seu modus operandi, há uma esperança de que o assassino não agirá num dado momento. Mas esta é em vão.

Muito da qualidade do filme se deve à interpretação de Canet. Ele é uma versão de “O Médico e o Monstro”, capaz de convencer em ambos os papéis. Numa cena, acompanhado de um colega, ele precisa bater de porta em porta, segurando um retrato falado do suspeito – que é extremamente parecido com ele.

Enquanto pergunta para as pessoas se viram tal sujeito, segura o papel bem próximo ao seu rosto, mas sua confiança em si mesmo é tanta que ninguém é sequer capaz de suspeitar que possa ser ele.

A opção pela mudança do nome verdadeiro do assassino (Alain Lamare) no filme talvez indique que Anger não tenha seguido sua trajetória tão de perto. Há, é claro, saídas cinematográficas que tornam a narrativa mais atraente – como uma fuga espetacular que pode ou não ser real.

Mas isso pouco importa. O que conta aqui é que o diretor e Canet dão conta de retratar a dualidade humana do personagem, bem como o horror que move seus impulsos. (Alysson Oliveira/Reuters)

Confira o trailer do filme:

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