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Rio Grande do Sul Uma pesquisa científica constatou a presença do coronavírus em esgotos da Região Metropolitana de Porto Alegre

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Após analisar amostras de Porto Alegre e Novo Hamburgo, projeto deve ser expandido. (Foto: Manuel Loncan / Fepam)

Um estudo realizado pela SES (Secretaria Estadual da Saúde) em parceria com a Universidade Feevale e outras instituições constatou a presença do coronavírus na água de esgotos domésticos e hospitalares de municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre. Além da Capital, foi coletado material em Novo Hamburgo (Vale do Sinos), totalizando 11 pontos.

O projeto tem por finalidade levantar dados sobre a circulação do vírus nas diferentes áreas do território avaliado. De um total de 30 amostras obtidas pelo Cevs (Centro Estadual de Vigilância em Saúde), seis apresentaram resultados positivos – cinco em Porto Alegre e uma em Novo Hamburgo. A ideia é tornar esse processo rotineiro, de forma similar ao que é feito em relação ao cólera.

Ainda não há indícios que apontem contaminação humana por coronavírus por meio da água. Os resultados preliminares da pesquisa, no entanto, mostram que é possível detectar a presença do vírus primeiramente nas águas residuais domiciliares, mesmo antes de aparecerem casos confirmados da Covid-19 nesses locais.

A pesquisa é inédita no Estado e conta com o engajamento de diversas instituições. Além da Feevale, participam técnicos da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental), Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos), Smams (Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade) e Secretaria Municipal de Saúde de Novo Hamburgo, além da carioca Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Resultados preliminares

– Quando comparados os dados entre as três primeiras semanas de coleta, se observou aumento dos percentuais de amostras positivas. É possível inferir que a presença do vírus no esgoto sanitário apresentou crescimento, acompanhando a epidemia na região;

– No ponto de monitoramento da Estação de Bombeamento de Esgoto Baronesa do Gravataí (bairros Cidade Baixa/Menino Deus), em Porto Alegre, houve a presença do vírus em 100% das amostras de esgoto bruto coletadas;

– O maior percentual de amostras positivas ocorreu nos pontos de monitoramento na Estação de Tratamento de Esgoto São João/Navegantes, que corresponde à segunda unidade de esgotos da cidade de Porto Alegre em termos de capacidade de tratamento;

– Nas amostras analisadas em pontos de monitoramento dos efluentes de estabelecimentos hospitalares verificou-se um resultado positivo na terceira semana do projeto.

– A amostra coletada em Novo Hamburgo, na ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Mundo Novo, apresentou resultado positivo;

Próximos passos

A epidemiologia baseada em esgoto é uma ferramenta com boa aceitação científica e deve se estender a médio e longo prazos, auxiliando no monitoramento e antecedendo surtos isolados, conforme ressalta a professora do mestrado em Virologia da Feevale e uma das coordenadoras do projeto, Caroline Rigotto. “O grupo já trabalha na expansão da pesquisa. Estamos pensando em pontos estratégicos, como comunidades em vulnerabilidade social e com deficit de saneamento básico”.

As amostras de água coletadas de estações de tratamento, de efluentes hospitalares e de pontos de captação de água bruta passam por análise molecular para definir a ocorrência e quantificação do RNA viral do Sars-CoV2 (coronavírus). Planeja-se estender o monitoramento por 10 meses, permitindo acompanhar a ocorrência e distribuição do vírus ao longo da pandemia e das diferentes sazonalidades.

Posteriormente, estudos genômicos, por meio do sequenciamento do genoma completo das amostras positivas, serão realizados no Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico  do Cevs, permitindo a comparação com genoma de amostras clínicas de pacientes.

(Marcello Campos)

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