Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2023
Uma nova pesquisa da Duke University School of Medicine revelou, recentemente, que conectar ratos mais velhos com o sangue de outros mais jovens estendeu suas vidas por uma margem substancial.
Após os vasos sanguíneos dos dois grupos serem anexados, os ratos foram separados para que os cientistas pudessem ver quanto tempo os animais mais velhos viveriam.
A transfusão do sangue de camundongos mais jovens levou os camundongos mais velhos a viver entre seis e nove por cento a mais, o equivalente a cerca de seis anos para humanos.
De acordo com o The New York Times, embora o experimento não signifique, necessariamente, que os humanos possam se beneficiar do sangue jovem, sugere que o sangue do camundongo mais jovem contém compostos que promovem a longevidade dos camundongos mais velhos.
“Acho que é um coquetel útil”, disse James White, coautor do estudo e biólogo da Duke University School of Medicine, ao New York Times.
Pesquisas anteriores sobre o entrelaçamento de camundongos mais jovens e mais velhos para que seu sangue fluísse entre seus corpos, um processo chamado parabiose, mostraram que o sangue mais jovem tem efeitos rejuvenescedores, de acordo com a New Scientist.
Foi demonstrado que a parabiose refresca o cérebro, o fígado e os músculos de camundongos mais velhos, mas a técnica nunca provou prolongar a vida de camundongos mais velhos, pelo menos até agora.
É por isso que Jack White e o coautor do estudo, Vadim Gladyshev, decidiram conectar ratos com idade média de 20 meses a outros com apenas 3 meses, com o objetivo de examinar os efeitos na longevidade.
Os efeitos durariam?
White explicou que o objetivo era saber se os efeitos antienvelhecimento desaparecem depois de que os ratos eram separados”. Os pesquisadores obtiveram sua resposta quando os ratos mais velhos mostraram uma grande melhora em sua expectativa de vida.
A pesquisa foi publicada na revista Nature Aging, e White e Gladyshev concluíram, em seu artigo, que o experimento retardou o processo de envelhecimento em nível celular, o que, por sua vez, estendeu sua expectativa de vida.
A Duke Health observou que a descoberta sugere que os idosos podem se beneficiar de “compostos e produtos químicos” no sangue mais jovem. Também pode ser usada como uma terapia para acelerar a cura ou rejuvenescer os corpos de indivíduos mais velhos.
“Esta é a primeira evidência de que o processo, chamado de parabiose heterocrônica, pode retardar o ritmo do envelhecimento, que está associado à extensão da expectativa de vida e da saúde”, disse White.
O que acontece depois de 12 semanas?
“Nosso pensamento era, se vimos esses efeitos antienvelhecimento em três semanas de parabiose, o que aconteceria se fossem 12 semanas?”, explicou White. “Isso é cerca de 10% da vida útil de um rato de três anos.”
Exames de acompanhamento dos camundongos mais velhos mostraram que os benefícios que eles receberam em suas funções corporais persistiram por dois meses, mesmo depois de serem separados dos camundongos mais jovens.
Infelizmente, as razões do sangue de camundongos mais jovens haver sido benéfico para ratos mais velhos ainda não são conhecidos, mas White planeja continuar sua pesquisa sobre o assunto.
