Sexta-feira, 28 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de maio de 2021
“Voto em Bolsonaro. Já vivi o PT. Não quero o PT de volta", declarou o ex-presidente da Câmara em entrevista à CNN Brasil
Foto: José Cruz/Agência BrasilO ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha criticou a forma como se deu a sua prisão e a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas rejeitou apoiar o PT. As declarações foram dadas em entrevista à CNN Brasil transmitida na noite de domingo (16).
“Voto em Bolsonaro. Já vivi o PT. Não quero o PT de volta. Eu concordo que a prisão do Lula foi um absurdo, assim como a minha também foi. Ele é vítima mesmo. Meu discurso não é contraditório. Ele está em um momento de graça porque está como vítima”, declarou.
“O Bolsonaro só ganha a eleição se enfrentar o Lula, e o Lula só ganha a eleição se enfrentar o Bolsonaro. Se Bolsonaro enfrentar qualquer outro vai perder, se Lula enfrentar qualquer outro vai perder. Tem anti PT e anti-Bolsonaro. Por isso que os dois vão para os segundo turno. Nesse momento, o antibolsonarismo está maior”, afirmou.
“Lula está acima do PT. Se Lula, por exemplo, saísse do PT e fosse para o centro, ele ganhava essa eleição, sem sombra de dúvida. O que atrapalha Lula é o PT. O problema maior do Lula é o PT. Ele é maior que o antipetismo. O Bolsonaro criou o bolsonarismo, mas é ainda pequeno. Ou sequer talvez dê para ir para o segundo turno. Isso não levará Bolsonaro para o segundo turno apenas”, prosseguiu.
Na entrevista, Cunha criticou ainda o andamento da CPI da Covid por considerá-la um “palanque” e analisou o governo do presidente Jair Bolsonaro e a relação do Planalto com o Congresso. Falou também sobre a Operação Lava-Jato e os quatro anos e meio em que esteve na prisão.
Cunha foi preso em outubro de 2016, após ser condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas no âmbito da Lava-Jato. O ex-deputado teve a sua prisão convertida em domiciliar em março do ano passado por fazer parte do grupo de risco da Covid-19.
No início deste mês, o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) revogou a última prisão preventiva decretada contra o ex-presidente da Câmara. A cautelar havia sido decretada em 2017 na Operação Sepsis e era o único empecilho que impedia o ex-parlamentar de responder aos processos em liberdade.