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Brasil A eventual saída de Michel Temer da Presidência da República não atrasaria a recuperação da economia, disse Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central

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Para Armínio Fraga, o que mais atrapalha a recuperação neste momento ainda é [a eleição de] 2018. (Foto: AE)

A eventual saída de Michel Temer da Presidência da República não atrasaria a recuperação da economia, cujo ritmo está sendo ditado pelo processo sucessório de 2018 e suas incertezas. “O econômico, agora, não é tão importante”, disse Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, ao Valor. “O mais importante é que as instituições funcionem e resolvam a grande crise política e moral sem apelar para a economia. Se houver perda de credibilidade nas instituições porque elas estão agindo de forma errática, será mais grave.”

Perguntado sobre a possibilidade de vir a ser ministro da Fazenda, ele responde que já esteve por duas vezes no governo e não tem intenção de voltar. “Muito menos” de ser candidato à Presidência, como um dia sugeriu Larry Summers, ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos.

Armínio lançou o debate sobre uma ampla e irrestrita privatização das estatais, inclusive da Petrobras e do Banco do Brasil. “Se não estava claro até o caso da Petrobras, agora não pode haver mais dúvida de que esse modelo de estatal é muito vulnerável, cheio de problemas e precisa ser repensado. Eu não vejo, sinceramente, justificativa para se ter empresa estatal. Nenhuma.”

Em junho, Fraga disse que a crise política vivida pelo Brasil é ainda maior do que a crise econômica. Segundo ele, a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de manter o presidente Michel Temer no cargo agravou ainda mais esse cenário.

O economista, no entanto, não quis opinar diretamente se a saída de Temer traria alguma melhora para esse quadro. “Não é questão de ele sair. Mas as decisões do Judiciário não podem ser pautadas por causa de uma visão errada do que está acontecendo no País e na economia.”

Na visão de Arminio, a atual administração tem apresentado “boas propostas, mas que trazem benefícios daqui a 5, 10, 15 anos, quando a gente não consegue enxergar 18 meses à frente”. Esse quadro, segundo ele, traz riscos de que um candidato com propostas contrárias à agenda de reformas, “um representante do Brasil velho”, seja eleito no ano que vem.

“Uma troca à la [presidente da França, Emmanuel] Macron parece pouco provável”, disse. Mas há ainda outros riscos, ligados ao perfil dos congressistas que serão eleitos, “mesmo que se eleja um bom presidente”.

Ele defendeu que, para evitar esse cenário, é necessário que o debate econômico continue, se amplie e seja aprofundado. “A mobilização necessária tem que ser bem maior do que esta que estamos vendo”, disse. “Sem sacrifícios organizados, os desorganizados vão ser muito maiores”, afirmou ele, para quem também será preciso em algum momento aumentar a carga tributária.

Mesmo assim, Armínio disse que está mais otimista do que aparenta em seus discursos. Segundo ele, caso não só a da Previdência, mas outras reformas, como a tributária, sejam levadas adiante, há um entendimento entre economistas de que a economia pode crescer 5% ao ano.  “Não é nenhum absurdo. Os investidores estrangeiros, mais otimistas do que nós, parecem acreditar que estamos condenados a dar certo”, afirmou.

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