Sexta-feira, 09 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 2 de maio de 2021
Segundo ele, o povo brasileiro teve a chance de transformar o País, nas eleições de 2018, de uma cleptocracia para uma verdadeira democracia
Foto: José Cruz/Agência BrasilO ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo criticou a administração do presidente Jair Bolsonaro em postagens nas redes sociais neste sábado (1º). O ex-chanceler afirmou que o atual governo se transformou em uma administração tecnocrática sem alma, nem ideal.
“Um governo popular, audaz e visionário foi-se transformando numa administração tecnocrática sem alma nem ideal. Penhoraram o coração do povo ao sistema. O projeto de construir uma grande nação minguou no projeto de construir uma base parlamentar”, tuitou, neste sábado.
Segundo ele, o povo brasileiro teve a chance de transformar o País, nas eleições de 2018, de uma cleptocracia para uma verdadeira democracia. “Chegamos a avançar. Mas, a partir de meados de 2020, a reação do sistema, cavalgando a pandemia, começou a desmantelar essa esperança”, lamentou.
Araújo contou ter feito o possível para preservar a visão original do governo Bolsonaro. “Assisti a esse processo com angústia e inconformidade, e fiz o que pude, até onde pude, para preservar a visão original. Nisso estive quase sozinho. Vi confiscarem ao Presidente seu sonho, anularem suas convicções, abafarem sua chama. Não deixei que abafassem a minha”, destacou.
O ex-chanceler encerrou a série de tuítes dizendo que hoje, o Brasil conta com a oportunidade de pedir que Bolsonaro volte a ser o presidente eleito de 2018: ” aquele que prometeu derrotar o sistema, o líder de uma transformação histórica e constitucional, o portador de uma missão.”
Ernesto Araújo pediu demissão em 29 de março. Integrante da chamada ala ideológica do governo, o ex-chanceler exercia o cargo desde o início da atual gestão, mas não resistiu à pressão, inclusive do Centrão, que apoia o Planalto, em razão da política diplomática durante a pandemia.