Terça-feira, 30 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 2 de abril de 2016
Gabriela Zapata, 28 anos, que diz ser mãe de um filho do presidente boliviano, Evo Morales, revelou que foi drogada e ameaçada na prisão, e teme por sua vida. “Drogaram-me na noite passada, até mesmo tentaram me agredir e me ameaçaram”, disse ela por telefone à imprensa local.
Ex-gerente da companhia chinesa CAMC, que obteve contratos milionários com o governo de Morales, a mulher está detida em La Paz, acusada de enriquecimento ilícito. A denúncia foi feita um dia após o advogado de Gabriela revelar supostos diálogos entre sua cliente e o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, via WhatsApp.
A oposição afirma que Gabriela aproveitou seus contatos políticos para promover negócios. O governo, por sua vez, nega ter qualquer vínculo com ela, apesar de admitir que a mulher trabalhava habitualmente no gabinete reservado à primeira-dama.
Detida há mais de um mês e levada de uma prisão a outra na cidade de La Paz, Gabriela afirma que está em um local onde “as internas são perigosas”.
Perícia médica.
Após a denúncia, o Ministério do Interior informou ter determinado “uma perícia médica para verificar se a detenta ingeriu contra sua vontade alguma droga”, e revelou que tomará medidas para garantir sua segurança física.
O governo negou que o presidente teve um filho com Gabriela. Ele assegurou que a ex-namorada de Morales forjou uma certidão de nascimento, após falsificar um documento do hospital, correspondente a outra criança.
Evo entrou este ano na Justiça para que Gabriela apresentasse a criança, se ela realmente existisse e estivesse viva. O presidente disse acreditar que a criança havia morrido logo após o nascimento, oito ou nove anos atrás.