Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 5 de janeiro de 2018
A destituída presidente sul-coreana Park Geun-Hye, que está sendo julgada por corrupção, foi também acusada na quinta-feira (4) de desviar milhões de dólares de fundos secretos procedentes dos serviços de inteligência do país, informou a imprensa local.
Park teria recebido todos os meses, entre 2013 e meados de 2016, entre US$ 47.000 e US$ 188.000 do serviço nacional de inteligência, o NIS.
A ex-presidente teria usado esse dinheiro com gastos pessoais, como aplicação de toxina botulínica (botox), roupas de grife e presentes para amigos.
O dinheiro desviado era entregue, segundo a imprensa, pelos agentes da inteligência a conselheiros de Park e procedia dos fundos especiais que os serviços inteligência podem usar sem prestar contas a ninguém.
Park, a primeira presidente da Coreia do Sul, foi destituída pelo parlamento em 9 de dezembro de 2016, uma decisão confirmada em março pelo Tribunal Constitucional, e acusada em abril por um escândalo de corrupção no qual estão envolvidas grandes companhias do país, como Samsung.
Aproximação
A Coreia do Norte aceitou nesta sexta-feira (5) a proposta de Seul para a realização de conversações na próxima semana, informou o ministério sul-coreano da Unificação, encarregado das relações com Pyongyang. Os diálogos intercoreanos estavam interropidos desde 2015.
“A Coreia do Norte nos enviou um fax dizendo que aceita a proposta do Sul para conversações no dia 9 de janeiro”, disse à AFP um funcionário do ministério.
O encontro ocorrerá em Panmunjom, localidade da fronteira situada na Zona Desmilitarizada que divide a península coreana.
O porta-voz do Ministério da Unificação, Baek Tae-Hyun, declarou à imprensa que as negociações se concentrarão principalmente nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang, na Coreia do Sul, entre 9 e 25 de fevereiro, e na “questão da melhoria das relações intercoreanas”.
O diálogo chega após dois anos de aumento da tensão na península, durante os quais a Coreia do Norte realizou três testes nucleares e multiplicou os lançamentos de mísseis.
Na virada do ano, em pronunciamento televisionado, o líer norte-coreano Kim Jong-un voltou a dizer que a Coreia do Norte já tem tecnologia para atingir todo o território dos Estados Unidos com mísseis e que, por isso, Washington nunca começaria uma guerra.
“Essa é a realidade, não uma ameaça”, afirmou. Kim Jong-un destacou, porém, que só apertaria o botão nuclear, se a segurança da Coreia do Norte estivesse ameaçada e se disse disposto a conversar com a Coreia do Sul.
A Coreia do Sul sempre defendeu que a participação da Coreia do Norte nos Jogos ajudaria a aliviar a tensão entre os dois países.
“A participação da Coreia do Norte nos Jogos Olímpicos de Inverno será uma boa oportunidade para mostrar união e desejamos que os jogos sejam um sucesso”, disse Kim Jong-un.