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Tecnologia Ex-recrutador do Facebook diz que a empresa prejudica candidatos não brancos

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A rede social anunciou metas ambiciosas de diversidade após a morte de George Floyd, mas a realidade é bem menos animadora. (Foto: Reprodução)

Rhett Lindsey queria tanto trabalhar no Facebook que se candidatou a um emprego na empresa três vezes. Quando finalmente recebeu a oferta para se tornar um recrutador de engenheiros bem remunerados, ele disse que aproveitou a chance para ajudar a rede social a impulsionar uma maior diversidade de funcionários em suas equipes.

Oito meses depois, em agosto de 2020, Lindsey participou de uma reunião virtual para discutir a meta da empresa de contratar mais engenheiros negros. Na reunião, um gestor branco colocou para tocar ao fundo uma música do rapper Drake cujo refrão repete a frase “Where the [n-word]s be at?” (Onde estão os pretos?), cinco vezes, de acordo com vídeos do incidente analisados pelo Washington Post.

Lindsey perguntou no sistema de bate-papo por que eles estavam tocando a música e depois disse que estava “muito desapontado”, de acordo com o vídeo. Nove outros funcionários que estavam presentes na reunião expressaram suas frustrações ao colocar um emoji que expressa o choque ao lado de seu comentário.

“Isso mostra a insensibilidade e a falta de consciência”, disse Lindsey. Um gestor posteriormente se desculpou, de acordo com o vídeo.

O país estava no meio de um ajuste de contas histórico em relação à justiça racial e o Facebook tinha acabado de definir uma meta ambiciosa de contratação de 30% a mais de pessoas não brancas para cargos de liderança até 2025.

Mas Lindsey e outros funcionários e ex-funcionários negros envolvidos no setor de contratação – assim como novos funcionários em potencial que entraram com uma ação na Comissão para Oportunidades Iguais de Emprego (EEOC, na sigla em inglês) no verão passado – descrevem um sistema problemático que torna difícil atingir essa e outras metas de diversidade.

Eles dizem que a empresa adaptou métricas que levam os recrutadores a seguir em frente com as propostas sem realmente entregar talentos. Mesmo os diversos candidatos apresentados podem ser rejeitados com termos vagos como “adequação cultural” como justificativa. Eles também dizem que o problema vai além do processo de contratação e que muitos funcionários não brancos se sentem isolados pela cultura da rede social.

O porta-voz do Facebook Andy Stone disse que a empresa está focada em promover a justiça racial no local de trabalho e no recrutamento. “Temos acrescentado objetivos de diversidade e inclusão às avaliações de desempenho dos líderes seniores. Levamos a sério as alegações de discriminação e temos políticas e processos robustos em vigor para os funcionários relatarem preocupações, incluindo problemas com microagressões e violações de políticas”, disse. Ele não abordou o incidente envolvendo a música de Drake.

Lindsey deixou a empresa em novembro, apenas 11 meses depois de começar a trabalhar lá, e, desde então, fundou uma startup.

O Facebook está enfrentando uma investigação federal pela Comissão para Oportunidades Iguais de Emprego desde o verão passado sobre alegações de parcialidade na contratação, promoção e pagamento, de acordo com a denúncia. Esse caso, desde então, foi expandido para uma investigação sistêmica pela EEOC, uma designação especial que significa que a agência federal está examinando se as práticas da empresa podem estar contribuindo para a discriminação generalizada e está avaliando o potencial de trazer um processo mais amplo que represente uma classe inteira de trabalhadores, de acordo com os advogados que representam os autores da denúncia.

A EEOC não quis se pronunciar. A agência só pode falar publicamente a respeito das acusações se elas resultarem em um processo judicial contra o empregador.

Na denúncia feita à EEOC, três candidatos negros a vagas de empregos dizem atender a todas as qualificações profissionais requisitadas, mas que foram rejeitados após passar pelo processo de entrevista. Eles afirmam terem sido informados por entrevistadores do Facebook que a empresa estava procurando pessoas que se encaixassem na cultura da empresa.

Uma candidata, cujo advogado solicitou ao Washington Post que omitisse seu nome porque as partes da queixa não eram públicas, escutou de um gestor de contratação do Facebook: “Não há dúvida de que você dê conta do trabalho, mas estamos realmente em busca de alguém que se adequasse culturalmente”, e não recebeu nenhuma explicação adicional.

Adequação à cultura é um termo vago para definir se um candidato é uma boa combinação com a cultura interna da empresa.

Um gerente de operações do Facebook identificado na denúncia, Oscar Veneszee Jr., que é negro e ainda trabalha no Facebook, disse em uma entrevista que apresentou mais de meia dúzia de candidatos qualificados que eram minorias sub-representadas para vagas empregos no Facebook, mas que todos foram rejeitados e ele suspeitou que era porque haviam sido reprovados no teste de adequação cultural.

“Quando eu estava fazendo entrevistas no Facebook, o que me diziam constantemente era que eu precisava me encaixar na cultura [da empresa] e, quando tentei recrutar pessoas, sabia que precisava encontrar pessoas que se encaixassem na cultura”, disse ele. “Mas, infelizmente, pouquíssimas pessoas que eu conhecia poderiam passar nesse desafio porque a cultura aqui não reflete a cultura dos negros.”

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https://www.osul.com.br/ex-recrutador-do-facebook-diz-que-a-empresa-prejudica-candidatos-nao-brancos/ Ex-recrutador do Facebook diz que a empresa prejudica candidatos não brancos 2021-05-04
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