Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 26 de novembro de 2015
No dia 18 deste mês, integrantes do grupo de trabalho da Operação Lava-Jato na PGR (Procuradoria-Geral da República) receberam um telefonema da advogada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Alessi Brandão. Na conversa, ela contou que havia uma gravação de reunião com o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) tentando impedir a delação premiada de Cerveró.
A gravação fora feita pelo filho do ex-diretor da estatal, Bernardo, por estar desconfiado que o outro advogado de seu pai, Edson Ribeiro, estaria fazendo um jogo-duplo: atrapalhando o acordo de delação de seu pai para ganhar dinheiro de um acordo com Delcídio e excluir nomes da delação.
Os procuradores se interessaram pelo material. No mesmo dia, a advogada Alessi pegou um avião e foi a Brasília encontrá-los, levando a gravação. Chegou por volta das 21h. Conversaram e ouviram o arquivo de uma hora e meia. Naquele dia, o expediente só se encerrou após a meia-noite na PGR.
A conversa havia sido gravada por Bernardo no dia 4 deste mês, em um quarto de hotel em Brasília. Contou com a presença do advogado Edson Ribeiro, do senador Delcídio e do seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, todos presos. Antes da reunião, todos guardaram os celulares, para evitar gravações. Mas Bernardo havia levado um aparelho extra para conseguir gravar. (Folhapress)