Sábado, 19 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 3 de julho de 2025
Enquanto o Brasil acompanhava com comoção o desfecho do caso Juliana Marins, a jovem brasileira de 26 anos que morreu durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, um comentário destoante interrompeu a corrente de empatia. João Mader Bellotto, filho da atriz Malu Mader e do músico Tony Bellotto, usou as redes sociais para opinar sobre a morte de Juliana.
“Não tenho pena nenhuma”, escreveu o ator e escritor, num dos trechos mais duros de sua publicação. A declaração repercutiu rapidamente e dividiu internautas entre o direito à livre opinião e a insensibilidade diante de uma tragédia.
A crítica de João veio em forma de texto nos stories, acompanhado de vídeos de outros turistas enfrentando a mesma trilha. “Isso sim é se colocar em risco. Vamos combinar, né. Curioso que essas pessoas não são punidas feito outras que não se colocam em risco em momento algum”, afirmou, antes de questionar a ausência de alguém que pudesse ter impedido Juliana de seguir viagem: “Fico pensando: Essas pessoas não têm família? Mãe, pai? Pra fazer uma merda dessas? Buscam tanto a morte trágica, que uma hora a morte trágica vem. Eu não tenho pena nenhuma.”
Diante da repercussão negativa, o post foi deletado. Mas João voltou a se manifestar mais tarde, com um discurso menos inflamado, mas igualmente crítico: “Tem que proibir esses passeios, interditar. Por favor, não façam mais isso não, falo pela segurança de quem vai numa coisa dessas. É muito perigoso gente”, escreveu. Em outra postagem, afirmou que “internaria um parente” que tentasse fazer algo semelhante.
“Eu não só não iria, como se eu tivesse um parente que quisesse ir eu o internaria em uma clínica. Não é exagero, nem brincadeira, eu já vi gente que foi internada porque estava no aeroporto com passagem comprada pra Colômbia.” Após as novas postagens, João desativou os comentários de seus perfis.
Tragédia
Juliana Marins estava em viagem à Indonésia quando sofreu uma queda durante a subida ao Monte Rinjani, um vulcão ativo e ponto turístico bastante popular entre mochileiros. O acidente aconteceu no final de junho e mobilizou equipes de resgate locais, que conseguiram localizar o corpo da brasileira dias depois. A autópsia feita em Bali apontou múltiplas fraturas e lesões internas. Segundo o legista, Juliana teria sobrevivido por aproximadamente 20 minutos após o impacto.
O corpo da jovem chegou ao Brasil no dia 1º de julho e será sepultado em Niterói, sua cidade natal. Amigos, familiares e figuras públicas têm prestado homenagens e pedido respeito à memória de Juliana nas redes sociais. A família, inconformada com o laudo inicial, acionou a Justiça brasileira para solicitar uma nova autópsia, com o apoio da Defensoria Pública da União.
Juliana Marins era conhecida por seu estilo de vida ativo e pela paixão por esportes e natureza. Amigos próximos a descrevem como uma pessoa alegre, curiosa e determinada. Seu perfil nas redes sociais registrava diversas viagens e aventuras, sempre ligadas ao contato com ambientes naturais.
No momento em que seu corpo era trazido ao Brasil, sua irmã Mariana reforçou o apelo por respeito: “Não esqueçam”, disse ao deixar o Instituto Médico Legal no Rio de Janeiro.
Reações nas redes
O tom das declarações de João Mader gerou ampla rejeição. Internautas o acusaram de insensibilidade e desrespeito à dor da família. “Você não precisa transformar uma tragédia em palco para sua opinião sobre trilhas perigosas”, escreveu um seguidor antes dos comentários serem bloqueados. Outros levantaram questionamentos sobre a necessidade de empatia, independentemente das escolhas individuais feitas por Juliana.
Mesmo com os comentários restritos, a discussão ultrapassou os limites dos perfis pessoais e foi amplamente repercutida em perfis de fofoca e veículos de comunicação. Enquanto alguns internautas defenderam o direito de João expressar sua visão, a maioria destacou a falta de tato ao se referir à vítima e à sua família no momento de luto. As informações são do jornal O Globo.