Por Redação O Sul | 28 de abril de 2023
O produtor musical João Marcello Bôscoli e o cantor Pedro Mariano, filhos da cantora porto-alegrense Elis Regina (1945-1982), farão em São Paulo na noite de 13 de maio um show inédito. No palco, colegas masculinos interagindo com performances vocais da “Pimentinha”, remasterizadas por meio de tecnologia de inteligência artificial que ressalta as qualidades daquela que é considerada por muitos como a maior intérprete brasileira.
Denominado “Elis & Eles”, o espetáculo será apresentado no espaço “Vibra São Paulo” em um sábado, véspera dos Dia das Mães. Trata-se de uma celebração de vida e obra da artista, sem a presença da filha e também cantora Maria Rita, mas com participações de Ivan Lins, Renato Teixeira e Roberto Menescal – colegas que tiveram composições gravadas pela gaúcha.
E não é só música. Em um cenário com objetos pessoais que remetem à sala da casa da homenageada, os filhos vão intercalar canções (acompanhadas por uma banda de primeira-linha), histórias, curiosidades e imagens inéditas como fotos, vídeos e entrevistas, em um super telão.
Milton Nascimento, por exemplo, aparece em uma captação inédita, falando sobre sua paixão pela amiga e intérprete que o ajudou a se projetar artisticamente. Outros depoimentos são dados por nomes como Gilberto Gil, Fagner os falecidos Aldir Blanc e Marília Pêra.
João Marcello – autor do livro de memórias “Elis e Eu” (2019) – contará passagens com a mãe. Pedro conduzirá o repertório e as imagens e voz de Elis, que surgirão em momentos-surpresa. Já os três convidados especiais relembrarão canções imortalizadas por ela.
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“Este show acaba sendo a síntese do que meu irmão e eu já estamos fazendo há um tempo”, detalha João. “Vou mostrar coisas de Elis que tenho guardado há anos.”
Pedro emenda: “Nos outros espetáculos que fiz com artistas masculinos homenageando minha mãe, em 2011 e 2012, o protagonismo estava na interpretação e no ponto-de-vista dos homens que haviam sido influenciados por ela. Mas agora a evidência está na própria Elis. Os arranjos das músicas que vamos mostrar são pensados para replicar as gravações originais, afinal o público que assiste aos espetáculos também se renova.”
João fala, ainda, do significado de um projeto sobre Elis no palco que reproduz um ambiente doméstico: “Ela passou a maior parte de seu tempo de vida artística no palco. O tempo em estúdio nunca era muito longo. Meu sonho era esse, fazer a plateia sentar-se, apagar as luzes da casa e então soltar para elas a voz de Elis, como se a própria estivesse ali. É a voz dela retirada de uma fita master original e agora saindo pelas caixas de som de uma casa de shows. A voz de Elis, à capela, ocupando todo o espaço possível”.
(Marcello Campos)
